Seminário aponta crescimento do e-Learning no Brasil
O ensino à distância é cada vez mais utilizado pelas grandes corporações para treinar executivos que não têm tempo disponível para aprender. E uma das ferramentas mais interessantes nessa área é o e-Learning que, além de otimizar o aprendizado corporativo, reduz significativamente os custos com treinamentos.
Esse é o tema em debate no II Seminário Paranaense de Educação Corporativa com foco na Educação à Distância (EaD), que começou na segunda-feira (27/11) e prosseguiu até quarta-feira (29/11). Promovido pelo Sistema Federação das Indústrias do Estado do Paraná (Fiep), através da Universidade da Indústria (Unindus), o seminário apresentou experiências de grandes empresas que adotaram esse tipo de educação corporativa com resultados positivos. "Uma vantagem do e-Learning é a amplitude. Vários funcionários podem ser treinados ao mesmo tempo sem gasto de horas fora do expediente e com reconhecida redução de custos", afirma Ricardo Ramires, que apresentou o case da Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
Um dos casos de sucesso de utilização do e-Learning foi relatado pela Renault do Brasil. De acordo com Osvaldo Zalewska, gerente de treinamento da empresa, a educação corporativa à distância foi uma estratégia mundial adotada pela montadora francesa para reposicionar a marca entre as três melhores prestadoras de serviços. "Para isso, era preciso formar as competências que atendem diretamente o consumidor: as concessionárias", contou Zalewska.
Segundo ele, como o treinamento tradicional não atendia este objetivo, foi criado um plano diretor de formação na Renault do Brasil, buscando qualificar os vendedores dentro do padrão internacional da marca. "Precisávamos produzir valor e reduzir custos", disse. Só em 2006 foram realizadas 83 mil horas de treinamentos para as concessionárias, sendo 32.133 para a área comercial e 53.176 para o pós-venda, através de 44 cursos presenciais e 26 e-Learning, direcionados a 4.200 alunos.
Embora alguns cursos devam ser impreterivelmente presenciais, como os da área de mecânica, por exemplo, Zalewska destaca entre os benefícios do e-Learning as melhorias nas notas de qualidade de serviços, redução de custos na entrega dos treinamentos, facilidade de revisão contínua, adequação à disponibilidade de tempo para o aprendizado e resultado direto na rentabilidade, com antecipação na obtenção de competências.
De 0,5% do total de treinamentos realizados em 2005, o e-Learning passou a responder por 28,4% em 2006. Ao mesmo tempo, o índice de competência da rede de concessionárias subiu de 23,2%, em 2005, para 57,4% em 2006. "Foi um grande salto e tudo com uma redução de 17% dos custos com formação", concluiu.
Outro exemplo apresentado no seminário foi o da Sadia. A empresa foca o treinamento à distância nas áreas técnica, administrativa e para os executivos, abrangendo 8 mil dos atuais 47 mil funcionários que emprega em todo o Brasil. Há três anos, a Sadia adotou o sistema e-Learning e vem registrando resultados positivos. "Conseguimos medir a relação entre aprendizado e possibilidade de aplicação", contou Margareth Chiaramelli, reitora da Universidade Corporativa Sadia.
Segundo ela, atualmente cerca de 30% dos treinamentos ministrados pela empresa são à distância. Um dos desafios é treinar a área operacional, pois as tentativas esbarram na questão da exclusão digital. "Muita gente do setor de produção nunca teve acesso a computadores e informática e isso dificulta o trabalho de e-Learning", disse. Margareth afirma que participar do seminário ajuda na troca de experiências e mostra o que as outras empresas estão fazendo de novo para treinar seus funcionários.
Fonte: Paranashop