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Mais da metade da população brasileira, pela primeira vez, já teve acesso ao computador

O número de brasileiros que acessam a internet cresceu 6% em 2007 se comparado a 2006. O número equivale a 34% da população. Dos domicílios brasileiros, 24% contam com computador. As informações são da Pesquisa sobre o Uso das Tecnologias da Informação e da Comunicação no Brasil 2007, publicada pelo Centro de Estudos sobre as Tecnologias da Informação e da Comunicação (Cetic.br) do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).

A terceira edição da pesquisa reflete uma expressiva evolução no uso da internet no país. São 45 milhões de usuários na rede, quase 10 milhões a mais do que em 2006. Baseado nesse crescimento, o relatório sugere que, tanto as políticas públicas para ampliar o acesso à rede, quanto as iniciativas do setor privado para impulsionar o uso da infra-estrutura no desenvolvimento do país estão surtindo efeito. Os destaques foram o aumento na aquisição de computadores em domicílios de renda familiar entre dois e cinco salários mínimos (a penetração passou de 23% para 40% no período), o crescimento no uso da banda larga, que ultrapassou a conexão discada nos domicílios, e o uso das lan houses, que se tornaram o principal local de acesso à internet no país, pulando de 30% em 2006 para 49% no ano seguinte.

Em artigo no relatório, Rogério Santanna, secretário de Logística e Tecnologia da Informação do Ministério do Planejamento e conselheiro do CGI.br, diz que houve avanços no acesso ao computador e à internet no Brasil trazidos por políticas públicas, como o programa "Computador para Todos", e defende a necessidade de ampliação da conectividade no país, através de programas como o "Banda Larga nas Escolas".

"Os dados mostram que, pela primeira vez desde que o levantamento vem sendo realizado, mais da metade da população consultada já teve acesso ao computador. Um percentual de 53% dos entrevistados informou ter usado um computador, sendo que 40% dos respondentes são considerados usuários, dado que informaram ter se utilizado do equipamento nos últimos três meses", informa o secretário. A pesquisa revelou ainda que a proporção de domicílios com computador aumentou em todas as regiões do país. "Este aumento é maior nas regiões Centro-Oeste (de 19% em 2006 para 26% em 2007), Sul (de 25% para 31%) e Sudeste (24% para 30%). A proporção de domicílios com computador é menor nas regiões Norte (13%) e Nordeste (11%) e o crescimento do indicador nestas regiões também foi menor, ficando em 3 e 2 pontos percentuais, respectivamente", aponta Santanna.

"Esses números mostram claramente o impacto do Programa Computador para Todos, do Governo Federal, que reduziu a carga de impostos para possibilitar que a Classe C pudesse adquirir esse equipamento a custos menores. Os resultados dessa iniciativa serão ainda maiores nos próximos anos com o crescimento expressivo da classe C, que hoje constitui metade da população brasileira e reúne a grande maioria dos professores das escolas públicas. O Programa Computador para Todos alavancou a venda de computadores no país, que é hoje o maior mercado da América Latina, e muitas empresas estão instalando novas fábricas no país", ressalta.

Para Rogério Santanna, apesar dos esforços empregados no sentido de universalizar o acesso à internet, há um grande contingente da população brasileira que ainda não dispõe de infra-estrutura de conexão à rede. "Um dos dados que mais chamam a atenção na TIC Domicílios 2007 é o expressivo crescimento no uso de centros públicos de acesso pago em todas as regiões do país. O percentual de utilização nesses espaços subiu de 30% em 2006 para 49% no ano seguinte, passando à frente do acesso em domicílios que se manteve estável em 40%".

O secretário também ressalta que os centros públicos de acesso pagos são utilizados especialmente pelas pessoas com menor nível de escolaridade: 64% são estudantes de nível fundamental, 53% são de nível médio e 54% daqueles que completaram até a educação infantil freqüentaram lan houses em 2007. "Entre os usuários com ensino superior esse percentual cai para 27%. Esses dados permitem concluir que as lan houses, o principal mecanismo de acesso à internet para as classes E, D e C, suprem as necessidades de conexão para a população menos favorecida economicamente, que não é sensível a um incentivo financeiro porque não tem renda suficiente para adquirir um computador. Isso se justifica pelo baixo custo do período de acesso à internet em comparação à aquisição de um computador".

"O papel desempenhado pelos centros públicos de acesso pago, especialmente nas regiões Norte e Nordeste do país, por outro lado, também reflete a ausência de infra-estrutura de banda larga nessas regiões, onde vive a população de menor poder aquisitivo", explica.

O secretário destaca o programa Banda Larga nas Escolas, lançado em abril pelo Governo Federal, que visa oferecer, até o final de 2010, acesso rápido à internet para todos os alunos das escolas públicas do ensino fundamental e médio situadas em áreas urbanas. "Isso representa uma cobertura de 83% dos alunos de escolas públicas matriculados em mais de 56 mil escolas da rede urbana do país pelos próximos 17 anos". A iniciativa, segundo Santanna, vai elevar as condições de conectividade das escolas brasileiras aos patamares dos países mais desenvolvidos do mundo.

Fonte: Revista TIC Brasil
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