EaD também é educação
A educação a distância (EAD) realiza uma revolução em todo o mundo e, aqui no Brasil, traz o futuro para o presente. Já são mais de 1 milhão de alunos matriculados nas diversas instituições no país e várias tecnologias que utilizam internet, transmissão por satélite, videoconferência, webcast, blackboard e telefonia. Tudo isto com uma única função: ensinar.
Estamos diante de um novo paradigma já previsto pelo educador Paulo Freire: o aluno é o sujeito no processo de aquisição do conhecimento. Isto significa dizer que a ordem dos fatores foi alterada para mudar o resultado. Na EAD, mais do que nunca, o aluno deve assumir o papel de agente ativo. A ausência dessa incorporação do aluno à responsabilidade de não aprender pode jogar tudo por água abaixo.
Hoje, vivemos uma verdadeira avalanche de novas possibilidades e oportunidades propiciadas pela EAD. Tudo isto começou no Brasil, em 1904, com os pioneiros cursos por correspondência. De lá para cá, a tecnologia produziu um novo mundo, uma nova sociedade, com novas pessoas e novos alunos. A partir da década de 1990, a Internet se espalhou pelo mundo, transformando a sociedade. Auxiliada pela proliferação e popularização dos satélites, que permitem transmissões em tempo real, as comunidades foram interligadas de modo irrefutável.
Esse novo cenário repercute de variadas maneiras. Vejamos apenas algumas delas. A geração de 1980 é formada por jovens totalmente habituados a estas tecnologias, fazendo computadores, internet e transmissões via satélite parte do cotidiano. Já a geração de 1990, mais do que o hábito com a tecnologia, tem a necessidade dela. Todo tipo de diversão, de trabalho ou aprendizado está baseada em tecnologia e no imediatismo. Assim, o jovem de hoje está acostumado à busca do conhecimento de forma mais individual, menos dependente de um docente presencial. Estão dadas aí todas as condições necessárias para o sucesso da EAD: acesso à tecnologia, capacidade de utilizá-la e ação efetiva e independente no processo de aprendizagem.
A legislação sobre EAD também já existe e está amadurecida. A Lei 9394/96 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação - LDB) reestruturou conceitos do processo educacional, criando novas modalidades de ensino. Nesta lei, foi instituída a modalidade de "ensino a distância". Entre outras, a LDB estabeleceu a possibilidade de utilizar recursos de telecomunicações e internet para democratizar a educação, oferecendo ensino em todos os níveis, com alta qualidade em qualquer localidade do país. Além disso, permite a transmissão de aulas via satélite, estabelecendo interatividade com os alunos.
Via internet. Tal modalidade de ensino, conhecida hoje como "e-learning" é realidade há mais de 15 anos em países como Canadá, Itália, França, Alemanha e EUA. A partir de 1999, as universidades brasileiras iniciaram uma corrida contra o tempo para desenvolver e/ou adquirir a tecnologia necessária para implementar o ensino a distância. Atualmente, elas já estão ampliando o número de vagas em seus vestibulares.
Um exemplo disso é a Universidade Norte do Paraná (Unopar), uma das instituições pioneiras no ensino a distância no Brasil, que começou tímida e hoje tem a força econômica de um grupo empresarial que se agrega em torno dela: Embratel; Star One; Microsoft e CDI. Como funciona. A Unopar idealiza e executa os projetos pedagógicos, elabora os cursos, ministra as aulas e faz o controle acadêmico dos alunos; a Embratel realiza a transmissão das aulas via satélite em tempo real (ao vivo); a Star One oferece todo o suporte de internet via satélite (banda larga) para permitir a conexão de todos os alunos em qualquer localidade do país; a Microsoft é responsável pelos programas de gerenciamento do sistema, incluindo tecnologias ainda em desenvolvimento; e a CDI assume a responsabilidade pela expansão da Unopar por todo o território nacional.
Neste ano de 2007, deve-se iniciar o funcionamento da Universidade Aberta do Brasil, que reúne um conjunto de universidades públicas que deverá oferecer mais 90 mil vagas em todo o país. A expectativa é que o setor privado também amplie em cerca de 200 mil o número de vagas já ocupadas. Todas têm o mesmo público-alvo: alunos interessados em menor tempo, custos mais baixos e proximidade ao local onde estão. Além disso, não podemos esquecer que a educação a distância atende às reais necessidades da maioria da população brasileira, que hoje tem acesso ao ensino superior
Fonte: CM News