Projetos sociais prometem substituir cadernos por laptops
Neste ano, pelo menos dois projetos de inclusão digital prometem sair do papel e ir direto para as salas de aula. Para atingir essa meta, entretanto, vários obstáculos importantes precisarão ser superados. Os notebooks para crianças idealizados pela Intel e pelo MIT (Instituto de Tecnologia de Massachusetts) dependem de uma grande melhora da infra-estrutura disponível nos países pobres. De nada adiantará ter um portátil que acessa a internet sem fio se o usuário estiver em um local que não tenha sequer energia elétrica. O projeto 2B1, do MIT, conta com o apoio do governo brasileiro. Unidades experimentais do notebook já estão sendo testadas por especialistas e uma empresa de Taiwan foi contratada para a produção em massa. Inicialmente a idéia dos norte-americanos era que cada portátil custasse US$ 100, mas dificuldades no desenvolvimento da bateria e da tela do laptop devem empurrar esse preço para cima. A Intel promove a plataforma Classmate, um conjunto de especificações técnicas para a criação de notebooks compactos e baratos destinados ao ensino. O valor dos modelos, espera a fabricante de chips, deve ser menor do que US$ 400. Com dimensões semelhantes às de um caderno, o portátil teria tela colorida, acesso sem fio à internet e até um mecanismo que bloquearia o micro em caso de roubo.
Brasil
O Brasil é um país-chave para os dois projetos de inclusão digital. Tanto a iniciativa da Intel quanto a do MIT encontram apoio e desenvolvem-se com ajuda de empresas e de profissionais brasileiros. O Classmate, que tem previsão de lançamento para o primeiro semestre deste ano, anunciou que as fabricantes nacionais CCE e Positivo deverão ser as responsáveis pela produção dos modelos vendidos por aqui. Já o 2B1 conta com o apoio do Governo Federal. O presidente Lula até já posou para fotos com o protótipo do laptop popular. (JB)
Fonte: Folha