Ambiente corporativo é o maior usuário de e-learning
Se antes a economia no caixa das empresas era o maior fator a impulsionar o ensino corporativo a distância (EAD), hoje seu propulsor passou a ser a exclusividade: agora, alguns cursos começam a ser criados apenas na versão on-line. O Senac São Paulo, por exemplo, adotou a política de lançar cursos a distância que não existam presencialmente. "A idéia é suprir uma lacuna de mercado", afirma Teresa Jordão, coordenadora do núcleo de educação a distância. "A EAD é uma tendência muito forte. Existem cursos de pós com 60% do programa on-line. Há companhias que mandam um profissional para os cursos presenciais e o restante para o e-learning", destaca Vanessa Patrocínio, da Manager.
O e-learning é a vertente mais promissora do EAD no mundo, e o ambiente corporativo é hoje seu maior consumidor. A oferta cresceu 40% no segmento empresarial em 2005, segundo estima o MEC (Ministério da Educação). No Brasil, ao menos 480 empresas já têm algum tipo de treinamento eletrônico, segundo dados do Prêmio E-Learning Brasil, da MicroPower. Entre as 64 participantes do prêmio, o retorno do investimento em treinamento on-line atingiu R$ 636 milhões nos últimos cinco anos. Já o gasto inicial para implantá-lo caiu 70%: de R$ 500 mil em 2000 para menos de R$ 40 mil neste ano.
O número de instituições que ministram os cursos autorizados pelo sistema de ensino cresceu 30,7%, passando de 166 em 2004 para 217 em 2005. De acordo com a ABED (Associação Brasileira de Educação a Distância), ao menos 1.278.022 brasileiros estudaram a distância em 2005 nos cursos credenciados pelo MEC ou em iniciativas públicas e privadas. Segundo o secretário de Educação a Distância do MEC, Ronaldo Mota, esses diplomas valem tanto quanto os dos cursos presenciais. "O MEC está empenhadíssimo em mudar a mentalidade, ainda arraigada no Brasil, de que só o ensino tradicional forma bons alunos. Todos os indicadores, nacionais e internacionais, mostram que os alunos da EAD são iguais ou melhores que os da educação tradicional", afirma Mota.
Roberto Comelli, 49, inscreveu-se em um programa de docência da FGV Online. Pagou R$ 2.100. As aulas duraram cerca de seis meses, em uma época em que ele viajava muito a trabalho - era gerente de qualidade de uma empresa. Hoje, ele é auditor autônomo e, como tal, precisa ainda mais de flexibilidade de tempo. Por isso diz crer que o e-learning é a ferramenta ideal. "Mas exige dedicação e disciplina maiores", diz. 321 cursos a distância foram criados em 2005, contra 56 em 2004 e 29 em 2003, de acordo com o Anuário Brasileiro Estatístico de Educação Aberta e a Distância 2006, da ABED.
Fonte: Folha de São Paulo