Necessidades e expectativas das indústrias de grande
e médio porte contribuintes do SESI Paraíba, com
relação à utilização de e-learning para
desenvolvimento de Educação Básica e Continuada,
pelos seus empregados
Mariana Raposo
A pesquisa realizada pela Consilia Consultoria, no
período de novembro 2010 a janeiro 2011, compõe
conjunto de estudos que orientam a elaboração do
Plano de Desenvolvimentos da Educação a Distância –
PDE-D do SESI Paraíba.
O objetivo geral da pesquisa foi identificar
necessidades e expectativas das indústrias de
médio e grande porte contribuintes do SESI Paraíba,
com relação à utilização de e-learning para
desenvolvimento de educação básica e continuada,
pelos seus empregados.
Foram estabelecidos os seguintes objetivos
específicos:
1. Traçar o perfil dos gestores de RH e sua
experiência em EAD como variável para apoio a
programas de EAD;
2. Traçar o perfil educacional dos trabalhadores
das indústrias de médio e grande porte,
contribuintes do SESI Paraíba;
3. Identificar junto aos responsáveis pela área
de RH das empresas sua percepção quanto à eficiência
e eficácia do e-learning nos processos de
aprendizagem de seus trabalhadores;
4. Divulgar junto aos gestores de RH das
indústrias de médio e grande porte da intenção do
SESI Paraíba de oferecer educação básica e
continuada utilizando e-learning;
5. Buscar adesão das empresas aos programas de
e-learning oferecidos pelo SESI Paraíba.
Trata-se de pesquisa quantitativa, cuja fonte de
informação foram questionários online junto a
responsáveis pela área de RH de estabelecimentos
industriais de grande porte (acima de 500
empregados) e médio porte (de 100 a 499 empregados)
contribuintes do SESI Paraíba. Responderam ao
questionário 46 estabelecimentos de um universo de
61.
A pesquisa apresenta as seguintes conclusões:
1. A participação em pesquisas online ainda não
é uma prática disseminada entre os gestores de RH
das empresas, visto a limitada resposta ao
questionário no ambiente Web;
2. O índice de participação das empresas de
grande porte na pesquisa, que nessa categoria
corresponde a 94,5%, pode indicar maior
possibilidade de resposta dessas empresas a
propostas do EAD;
3. Os dados sobre setores industriais das
empresas podem orientar a organização das ações
educativas a partir de currículos contextualizados;
4. O número de turnos de trabalho das empresas
indica que a organização de pólos de EAD deve
contemplar oferta de atividades nos turnos matutino,
vespertino e noturno, tendo em vista que a maioria
das empresas (72%) desenvolve atividades em três
turnos;
5. As informações sobre número de trabalhadores
segundo os grupos etários organizados na pesquisa e
sobre escolaridade, nem sempre estão disponíveis e
demandaram “trabalho” adicional para as empresas, o
que implicou dificuldades no fornecimento de
informações por algumas empresas;
6. Os dados apresentados sobre idade dos
trabalhadores indicam concentração nas faixas
etárias até 39 anos (79%), o que pressupõe atitude
mais favorável desse grupo etário para ações de EAD
e-learning, visto que boa parte deles está inserida
na chamada geração digital;
7. Considerando-se que trabalhadores
analfabetos e com menos de 4 anos de escolaridade,
em termos legais, não são eletivos a programas de
Educação Básica a distância, estima-se que 38,5%
do total de trabalhadores das grandes e médias
empresas são potenciais candidatos a Educação
Básica e-learning;
8. Os dados sobre escolaridade apontam ainda,
que cerca de 56% dos trabalhadores não demandam
Educação Básica, o que deverá orientar ações de
educação continuada;
9. Os dados indicam que as empresas, de uma
maneira geral, não dispõem de dados sistematizados
sobre o uso de computador e endereço de e-mail dos
trabalhadores, informações que podem ser importantes
para processos comunicacionais nas empresas;
10. Os gestores de RH são potenciais candidatos a
programas de educação continuada, na estratégia
e-learning; a prática do e-learning por esses
gestores pode ser uma forte aliada para as ações de
EAD para os empregados;
11. Os gestores de RH que já tiveram experiência em
EAD e-learning apresentam atitude bastante favorável
com relação à estratégia, o que pode facilitar a
adesão dos mesmos à propostas de EAD;
12. As empresas percebem que os trabalhadores devem
elevar seu nível educacional ao patamar do Ensino
Médio, o que indica posição favorável à oferta de
Educação Básica;
13. As empresas entendem importante contratar
profissionais com conhecimentos básicos de
informática, bem como reconhecem que é vantajoso
para o trabalhador saber usar as novas tecnologias;
este posicionamento abre perspectivas favoráveis
para a oferta de programas de inclusão digital;
14. Os gestores de RH consideram viável, eficiente
e eficaz a estratégia de e-learning para os
trabalhadores, isto pode representar apoio deles e
respectivas empresas às propostas de EAD e-learning;
15. O acesso do trabalhador ao computador e
conectividade deve contemplar diferentes
possibilidades, considerando principalmente a
instalação de pólos de EAD em empresas, mas também a
possibilidade de acesso a partir da própria
residência;
16. É recomendável o aprofundamento de estudos
junto aos trabalhadores sobre inclusão digital e
atitude frente ao e-learning de modo a orientar
estratégias de EAD;
17. As empresas reconhecem que é fundamental o
apoio e estimulo das mesmas para que os
trabalhadores participem de programas de e-learning
e mostraram-se dispostas à colaboração para o
desenvolvimento de programas de EAD e-learning;
Mariana
Raposo é Consultora-Sócia da Consilia
Consultoria; Mestre em Educação pela Universidade de
Brasília; Especialista em metodologia da educação
superior; Especialista em Educação de Jovens e
Adultos e Educação a Distância e Pesquisadora na
área de Educação a Distância
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