UTILIZANDO
A VIDEOCONFERÊNCIA
COMO MEIO DIDÁTICO NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Fernanda Barbosa Ferrari, M.Eng.
Universidade Federal de Santa Catarina
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
Laboratório de Ensino a Distância
ferrari@led.ufsc.br
Édis
Mafra Lapolli, Dra.
Universidade Federal de Santa Catarina
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção
Laboratório de Ensino a Distância
oriente@led.ufsc.br
RESUMO:
O presente artigo apresenta a experiência do Laboratório de Ensino a Distância
– LED – da Universidade Federal de Santa Catarina, como estratégia de formação
permanente na era do conhecimento, no cenário da globalização. Neste
contexto, com o surgimento da necessidade de aprendizagem ao longo da vida, o
LED oferece cursos de pós-graduação em nível de doutorado, mestrado,
especialização e extensão, empregando recursos tecnológicos como videoconferência,
Internet, vídeo e CD-ROM. Desta forma, o LED pretende contribuir para suprir a
necessidade de formação e qualificação profissional, capacitando-se um número
cada vez maior de alunos, que antes não teriam oportunidade de investir em sua
formação profissional.
PALAVRAS-CHAVE:
Era
do Conhecimento, Educação a Distância, Videoconferência.
1.
CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Vive-se
na atualidade a passagem do modelo de capitalismo industrial ao modelo de
capitalismo financeiro: momento em que o valor relativo, extraído num processo
de trabalho dominado pela máquina, vai sendo substituído pelo valor virtual,
onde as informações se convertem em produtos (Mance, 1998).
No
cenário do século XXI, identifica-se o delineamento de uma nova era: a era do
conhecimento. Esta se desenvolve no contexto de uma revolução tecnológica que
possibilita movimentos de circulação de informações com velocidade e
intensidade jamais previstas na história (Viana e Freitas, 2002).
Diante
desta nova realidade, com o mundo globalizado, insere-se a necessidade de formação
permanente dos profissionais. Assim, vislumbra-se a modalidade de Educação a
Distância como uma estratégia emergente na busca de alternativas para este
propósito.
Neste
contexto, está inserido o Laboratório de Ensino a Distância – LED – que
foi criado em 1995 e está vinculado ao Programa de Pós-Graduação em
Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina. O LED
viabiliza cursos de pós-graduação e cursos de extensão em áreas da
Engenharia de Produção e afins.
2.
A ERA DO CONHECIMENTO NO CENÁRIO DA GLOBALIZAÇÃO
Na
complexidade que configura o momento atual, ressaltando os fenômenos da
globalização e das novas tecnologias da informação na era do conhecimento,
em período de rápidas mudanças e sem direção clara, lembrando a
possibilidade de se estar vivendo um momento em que “o velho não morreu e o
novo ainda não pode nascer”, oportunidades podem ser construídas (Viana e
Freitas, 2002).
As
perspectivas para este século indicam a educação como pilar para alicerçar
os ideais de justiça, paz, solidariedade e liberdade. As transformações econômicas,
políticas e sociais pelas quais o mundo vem passando são reais e irreversíveis.
A humanidade tem sido desafiada a testemunhar duas transições importantes que
afetam profundamente a sociedade: o advento da sociedade do conhecimento e a
globalização (Moran et al, 2001).
As
características fundamentais da sociedade do conhecimento que mais têm impacto
sobre a educação são: maior complexidade, mais tecnologia, compreensão das
relações de espaço e tempo, trabalho mais responsabilizado, mais precário,
com maior mobilidade, exigindo um trabalhador multicompetente, multiqualificado,
capaz de gerir situações de grupo, de se adaptar a situações novas, sempre
pronto a aprender. Em suma, um trabalhador mais informado e mais autônomo (Belloni,
2001).
A
inteligência emocional alicerça os processos interativos de comunicação,
colaboração e criatividade indispensáveis ao novo profissional esperado para
atuar na sociedade do conhecimento. A formação inovadora exigida para atuação
em todas as áreas do conhecimento demanda trabalho coletivo, discussão em
grupo, espírito de entre-ajuda, cooperação, contribuição e parcerias (Moran
et al, 2001).
Acerca
destas proposições, Demo (2001) aponta as características que fazem parte do
perfil do profissional moderno:
¨
saber pensar e
intervir;
¨
saber formular
perspectivas;
¨
saber pesquisar e
elaborar;
¨
saber cultivar a
interdisciplinaridade e o trabalho em equipe;
¨
saber manejar a
instrumentação eletrônica;
¨
saber reciclar-se
permanentemente;
¨
saber voltar para a
universidade;
¨
saber compor
cidadania e inserção no mercado.
Ainda
segundo o mesmo autor, o trabalho em equipe aponta para duas dimensões, hoje
muito valorizadas: saber trabalhar em grupo, ou em rede, de modo coletivo; e
saber trabalhar num grupo de especialistas, de modo interdisciplinar (Demo,
2001).
Conforme
Perriault (apud Belloni, 2001, p.47) está ocorrendo uma mudança extremamente
importante quanto à posição relativa dos atores no campo da educação e da
formação:
“Vemos
emergir o usuário, o estudante, o cliente, como quisermos, em sua unidade própria.
Ele trabalha, ele aprende trabalhando, mas ele quer que o serviço (de formação)
no qual está inscrito (ou do qual é assinante?) lhe transmita informações e
o socorra em caso de pane. Desempregado, numa ótica de reconversão, ele quer
saber o que vale em termos de conhecimentos e competências”.
Em
países como o Brasil, a questão da qualificação se coloca em todos os níveis:
não apenas será necessário oferecer à força de trabalho oportunidades de
formação contínua de atualização e retreinamento exigidas pelas mudanças
econômicas e tecnológicas, como também será imprescindível elevar o nível
de educação básica dos trabalhadores (Belloni, 2001).
A
educação aberta e a distância aparece cada vez mais, no contexto das
sociedades contemporâneas, como uma modalidade de educação extremamente
adequada e desejável para atender às novas demandas educacionais decorrentes
das mudanças na nova ordem econômica mundial (Belloni, 2001).
Os
projetos de Educação a Distância destinados a uma população adulta permitem
responder pontualmente a seus interesses e a suas vocações vinculados à produção,
visto que, graças a seu alto grau de flexibilidade, podem adaptar-se aos novos
desenvolvimentos. Também possibilitam a adoção de técnicas e estratégias
novas, permitem mudanças nas orientações para o trabalho e, essencialmente,
transformam a educação permanente em um espaço à disposição dos alunos,
sempre mutável, múltiplo, atento aos interesses da produção e dos desafios
científicos e tecnológicos (Litwin, 2001).
3.
O EXEMPLO DO LABORATÓRIO DE ENSINO A DISTÂNCIA DA UFSC
Para Ferrari (2002) a inserção no mundo dinâmico das tecnologias de comunicação e informação exige atenção constante da universidade. Neste mundo dinâmico, a atual estratégia utilizada para alcançar alunos geograficamente distantes é a Educação a Distância. Neste contexto, o Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção da Universidade Federal de Santa Catarina, por meio do Laboratório de Ensino a Distância – LED – oferece cursos empregando recursos como videoconferência, Internet, vídeo e CD-ROM, além de encontros presenciais.
A Universidade Federal de Santa Catarina –
UFSC – encontra-se distante de pólos industriais e de serviços, que se
constituem no principal foco de atuação da Engenharia de Produção. O
Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção – PPGEP – da UFSC,
ciente das demandas deste setor, juntamente com a sua distância física dos pólos
produtivos, vislumbrou a Educação a Distância como uma forma de romper as
barreiras geográficas entre os centros de excelência educacional e industrial.
Dentro das várias áreas de concentração
da Engenharia de Produção, o LED oferece cursos a distância em:
Empreendedorismo, Ergonomia, Gestão Ambiental, Gestão da Qualidade e
Produtividade, Gestão de Negócios, Gestão do Design e do Produto, Gestão
Integrada do Design, Inteligência Aplicada, Logística e Transporte e Mídia e
Conhecimento.
O
LED foi criado com o intuito de suprir a crescente necessidade de formação e
qualificação profissional no cenário nacional. Sua principal contribuição
está em tornar a educação acessível a todos, independentemente da localização
geográfica. Deste modo, as barreiras advindas da distância e do tempo podem
ser superadas, capacitando-se um número cada vez maior de alunos, que antes não
teriam oportunidade de investir em sua formação profissional. Estes alunos são
profissionais de diversas áreas, tais como professores dos diversos níveis de
ensino e executivos de grandes empresas.
O
LED conta com parceiros do setor produtivo, órgãos governamentais e Instituições
de Ensino Superior. As empresas que adotam cursos do LED são consideradas
parceiras, bem como as Instituições de Ensino Superior e de Pesquisa,
nacionais e internacionais, que são consorciadas e ligadas ao LED, por convênios
de cooperação, firmados diretamente com a UFSC.
O
LED possui uma logística padronizada no desenvolvimento de seus cursos. Já as
modelagens de cada curso são desenvolvidas a partir da avaliação prévia das
necessidades dos parceiros: seus objetivos, sua infra-estrutura tecnológica,
seu público alvo. Os cursos e produtos educacionais do LED pretendem atender
uma demanda preestabelecida de parceiros corporativos, sejam eles empresas,
universidades ou órgãos governamentais.
O
LED trabalha no planejamento, formatação e implementação de cursos a distância,
bem como no uso de tecnologias para a Educação a Distância. O trabalho de
equipes multidisciplinares de especialistas em Educação a Distância atua de
forma integrada com professores doutores e/ou mestres em diversos segmentos,
permitindo a organização de cursos em várias áreas do conhecimento.
Os
cursos do LED cumprem todos os aspectos formais e acadêmicos da UFSC e do
Ministério da Educação. De fato, os cursos do LED são similares aos cursos
presenciais, o que muda é o meio de interação entre professores e alunos, que
no caso do LED, é realizado de diversas formas: presencial (aulas, workshops e seminários de orientação); presencial virtual (por
meio de videoconferência interativa); e virtual (ambiente de aprendizagem on-line).
Os alunos dos cursos virtuais do LED também dispõem de uma equipe
especializada de apoio e uma infra-estrutura de suporte que lhes garantem um
ambiente favorável ao desenvolvimento de pesquisas científicas de excelência
internacional.
4.
A VIDEOCONFERÊNCIA COMO MEIO DIDÁTICO
Com
o desenvolvimento de tecnologias interativas, que possibilitam contato em tempo
real entre locais separados geograficamente, começam a surgir as chamadas
classes virtuais. Dentre as principais características destas novas salas de
aula, pode-se citar a possibilidade de contato entre alunos de diferentes regiões,
que podem colaborar com uma quantidade maior de informações, além de permitir
o acesso a um quadro bastante extenso de professores, numa dimensão impossível
para uma única instituição educacional local (Cruz e Moraes, 2001).
Em
poucos anos, computadores e telecomunicações de alta performance serão
utilizados como material didático. Do mesmo modo, comunidades virtuais e
ambientes artificiais compartilhados farão parte da rotina como telefone,
televisão, rádio e jornais são hoje. Por esta razão, as experiências de
aprendizagem a distância serão vistas como vitais para todos os alunos mesmo
quando o conteúdo puder ser ensinado presencialmente. Assim, todo o ato de
ensinar terá atributos da EAD (Cruz e Moraes, 2001).
O
modelo de EAD desenvolvido e utilizado pelo LED vai além dos conceitos
estudados de EAD. O LED utiliza a tecnologia da videoconferência, que é
interativa e através da qual efetiva-se o diálogo imediato, com áudio e vídeo
em tempo real, entre alunos e professores. Esta característica confere a
característica da telepresença, que é um fenômeno real no qual os
professores e alunos têm a sensação de estarem efetivamente presentes em um
mesmo espaço, pertencente a um único grupo interativo (Blueprint for
Interactive Classrooms, 1998).
A
tecnologia da videoconferência permite que duas ou mais pessoas em lugares
diferentes possam ver e ouvir umas às outras ao mesmo tempo, às vezes
compartilhando apresentações pelo computador ou câmara de documentos. É um
sistema interativo de comunicação em áudio e vídeo, havendo uma
interatividade em tempo real, “transformando a sala de aula presencial num
grande lugar espalhado geograficamente” (Cruz e Barcia, 1999).
O
Superior Tribunal de Justiça do Brasil reconhece a utilização da videoconferência,
a qual também denomina de “telepresença”, como similar à presença, nos
tribunais brasileiros. Além de reconhecer a similaridade, o judiciário
nacional está utilizando a videoconferência em atos judiciais tradicionalmente
presenciais, como interrogatórios. Este aspecto conferiu amparo legal necessário
para a realização das aulas presenciais virtuais com a utilização da
videoconferência.
A
videoconferência é uma forma de comunicação interativa que permite que duas
ou mais pessoas que estejam em locais diferentes possam se encontrar face-a-face
com áudio e comunicação visual em tempo real. Reuniões, cursos, conferências,
debates, palestras são conduzidas como se todos os participantes estivessem
juntos no mesmo local. Com os recursos da videoconferência, pode-se conversar
com os participantes e, ao mesmo tempo, visualizá-los na tela do monitor,
trocando informações como se o fizesse pessoalmente.
Spanhol
(1999) cita que:
“...tecnicamente
pode-se definir a videoconferência como uma aplicação que transporta sinais
de vídeo e áudio digitalizados, devidamente tratados por softwares e algoritmos de compressão, multiplexados (somados) em
uma única informação ou bit e
conectados através de uma rede de transmissão (física ou ondas) de alta
velocidade”.
A
videoconferência implantada no LED é baseada em estúdio, ou seja, em salas
especialmente preparadas com modernos equipamentos de áudio, vídeo,
codificador e decodificador de sinais, microcomputadores, câmaras de
documentos, interfaces de controles e acompanhamento técnico de todas as conexões,
para fornecer videoconferências de alta qualidade, tanto no que diz respeito a
transmissão e recepção dos sinais gerados, quanto na variedade de recursos a
serem utilizados para a realização das reuniões, palestras, cursos, etc.
A
aplicação de diferentes tipos de mídias, como o compartilhamento interativo
de documentos, a apresentação de gráficos, o uso de recursos de áudio e vídeo
em tempo real, fazem com que assuntos antes cansativos nas salas de aula
tradicionais se tornem mais atraentes aos alunos, aumentando a motivação dos
estudantes no processo de ensino-aprendizagem.
No
modelo do LED, a videoconferência é utilizada com um conjunto de periféricos
que potencializam a sua aplicação: câmara de documentos, computador equipado
com multimídia e Internet, etc., que estão presentes tanto nas salas de
videoconferência do LED como nas salas de aula onde se encontram os alunos.
A
utilização da videoconferência na educação tem se mostrado eficaz pelos
seguintes aspectos: permite o contato visual em tempo real entre alunos e
professores ou entre alunos de diferentes locais; possibilita a utilização de
diferentes meios como documentos escritos, vídeos, objetos de três dimensões
para todos os pontos; permite a conexão entre especialistas de diferentes regiões;
e também pode prover acesso a pessoas de pontos distantes (Willis, 1996). Além
dos recursos disponíveis, a escolha pela videoconferência baseou-se no fato de
que esta se configura em uma ferramenta que mais se aproxima das experiências
face-a-face (Hansen, 1999).
Com
base nas características da telepresença existente no modelo delineado pelo
LED, este se configura em uma modalidade presencial virtual e não em um curso
tradicional a distância. Assim, a telepresença não é uma espécie integrante
do gênero “ensino a distância”. A EAD é normalizada pelo Decreto Nº
2.494, de 10 de fevereiro de 1998, o qual, por sua vez, regulamenta o Artigo 80
da Lei 9.394/96, a LDB. O Artigo 1º do referido decreto estabelece a noção de
EAD:
“Art.
1º Educação a Distância é uma forma de ensino que possibilita a auto-aprendizagem,
com a mediação de recursos didáticos sistematicamente organizados,
apresentados em diferentes suportes de informação, utilizados isoladamente ou
combinados, e veiculados pelos diversos meios de comunicação”.
As
principais razões que caracterizam o modelo presencial virtual como diferente
da EAD descrita no decreto citado são enumeradas a seguir:
I
– “...auto-aprendizagem...”. O modelo do LED não é baseado na
auto-aprendizagem. Há uma participação ativa do aluno, logo, ele não fica
simplesmente assistindo aulas previamente formatadas ou gravadas em vídeo e
respondendo questões em sua apostila. Ao contrário, o sistema desenvolvido e
implementado pelo LED é dinâmico, como já foi enfatizado, no qual o aluno e o
professor se enxergam mutuamente, cada qual em sua unidade, com retorno integral
de áudio, imagens e dados, em tempo real;
II
– “...veiculados...”. A sistemática efetuada pelo LED não se
resume à veiculação, em vídeo, do material didático. A instituição
promove a conexão, por telepresença, entre os participantes da aula
(professores e alunos), todos ao mesmo tempo. Não se trata de uma simples emissão
de sinal, passivamente captada pelo aluno, como se estivesse assistindo a um
canal de televisão.
Dentro
deste contexto, os cursos por videoconferência oferecidos pelo LED não podem
ser caracterizados como a distância,
mas sim como presenciais virtuais, com
a característica da telepresença.
Quanto
aos investimentos necessários para a instalação de uma sala de videoconferência,
Cunha (2001) afirma que a primeira vista, pode parecer caro, porém o
investimento se paga com inúmeras vantagens, sem contar que o uso da sala tem
efeito multiplicador na formação dos profissionais, porque:
·
O
empregado fica na empresa – em geral, no caso de cursos de longa duração
como mestrado, o funcionário precisa se ausentar da companhia por dois anos ou
mais para estudar. Participa-se de um programa a distância do LED, mantém-se
atualizado e ganha em produtividade, já que agrega conhecimento em suas funções
praticamente de imediato;
·
Acompanhamento
das mudanças – quando precisa deixar o trabalho para estudar, o empregado
fica afastado da realidade da empresa e pode sentir vontade de procurar novos
desafios quando finalizar o curso;
·
Investimento
potencializado – com o dinheiro necessário para mandar apenas um profissional
estudar fora, a empresa consegue formar uma turma de até 30 pessoas, o limite
dos cursos do LED;
·
Economia
de tempo – se um profissional é liberado para estudar fora, a empresa deve
colocar outra pessoa no lugar e, muitas vezes, precisa capacitá-la para a nova
função, gastando tempo e dinheiro;
·
Teoria
na prática – talvez seja a principal vantagem tanto para o profissional
quanto para a empresa. Cada dissertação dos alunos do LED é um estudo para
melhorar uma prática ou resolver um problema do local onde estão trabalhando.
5.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A
partir da realidade apresentada, o LED configura-se como alternativa viável
para estabelecer a ligação entre o profissional do futuro, que precisa estar
constantemente se reciclando, e a formação permanente, utilizando-se da Educação
a Distância como ferramenta.
A
Figura 1 representa a nova realidade a ser enfrentada pelo profissional do
futuro, nada distante, que inclui o mundo globalizado, vivenciando a era do
conhecimento, o que demanda uma formação permanente, que pode ser alcançada
através da Educação a Distância.
Figura 1: Dinâmica do Profissional do Futuro
O
compromisso de trabalhar em colaboração para estabelecer formas
organizacionais voltadas a socializar o conhecimento entre diferentes grupos
populacionais, permite identificar uma valiosa característica da Educação a
Distância em determinados contextos sociais: a potencialidade projetiva que
esta modalidade possui (Litwin, 2001).
A
educação deve proporcionar um ambiente onde o aluno pode criar uma postura autônoma
e independente, contribuindo para o desenvolvimento de sua capacidade de gerir
seu próprio processo de aprendizagem. Por outro lado, a necessidade de
constante aperfeiçoamento, exige uma maior flexibilização na oferta de
oportunidades de ensino e neste cenário a Educação a Distância apresenta-se
como uma possibilidade concreta para esta questão.
6.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BELLONI,
Maria Luiza. Educação a Distância. Campinas: Editora Autores
Associados, 2001.
BLUEPRINT
FOR INTERACTIVE CLASSROOMS. Handbook. Classrooms
for Distance Teaching and Learning – a Blueprint.
Published in 1998, Leuven University Press. Disponível
em: <http://www.avd.kuleuven.ac.be/bic/products/
handbook/handbook.html>.
Acesso
em: 25 mar. 2000.
CRUZ,
D. M.; BARCIA, R. M. Manual
de Sobrevivência num Ambiente Virtual de Educação a Distância por
Videoconferência.
Fortaleza: Universidade Estadual do Ceará, 1999. “WISE” 99 Workshop
Internacional sobre Educação Virtual: realidade e desafios para o próximo milênio.
p.207-215.
CRUZ,
D. M.; MORAES, M. Tecnologias
de Comunicação e Informação para o Ensino a Distância na Integração
Universidade Empresa.
Disponível em: <www.intelecto.net/ead/tecno1.htm>. Acesso em: 16 out.
2001.
CUNHA,
R. V. Revolução
a Distância.
Revista Você S.A., São Paulo, ago. 2001. edição 38, ano 4, p. 80-83.
DEMO,
Pedro. Educação: gestão do conhecimento e da aprendizagem. Belo
Horizonte: UNA Editoria, 2001.
FERRARI,
Fernanda Barbosa. Análise do Modelo de Orientação de Pesquisa: um estudo
de caso no Laboratório de Ensino a Distância da Universidade Federal de Santa
Catarina. Florianópolis: Dissertação de Mestrado, 2002.
FERRARI,
Fernanda Barbosa. Ensino a Distância: uma ferramenta para empreender na
educação. Florianópolis: II ENEMPRE, 2000.
LITWIN,
Edith. Educação a Distância: temas para o debate de uma nova agenda
educativa. Porto Alegre: Artmed Editora, 2001.
MANCE,
Euclides André. Globalitarismo e Subjetividade: algumas considerações
sobre ética e liberdade. Uruguai: Conferência no Instituto de Formação
Docente, 1998. Disponível em: <http://www.milenio.com.br/mance/global.htm>
MORAN,
José Manuel; MASETTO, Marcos Tarciso; BEHRENS, Marilda Aparecida. Novas
Tecnologias e Mediação Pedagógica. Campinas: Papirus, 2001.
SPANHOL,
F. J. Estruturas tecnológica e
ambiental de sistemas de videoconferência na educação a distância: estudo de
caso do Laboratório de Ensino
a Distância da UFSC. 1999. Dissertação (Mestrado em Engenharia de
Produção) – Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção, UFSC,
Florianópolis.
VIANA,
Maria José Braga; FREITAS, Maria Raquel Lino de. Educação e Conhecimento:
textos para aulas. Belo Horizonte: UNA Editoria, 2002.