UMA EXPERIÊNCIA EM FORMAÇÃO DE PROFESSORES A DISTÂNCIA: O CURSO TV NA ESCOLA E OS DESAFIOS DE HOJE

ABRIL/2004

 

Luís Paulo Leopoldo Mercado
Universidade Federal de Alagoas – lpm@fapeal.br

 

Resumo
Este texto apresenta o Curso de Extensão TV na Escola e os Desafios de Hoje, desenvolvido em parceria com o Ministério da Educação através da Secretaria de Educação a Distância, Universidades que fazem parte da UNIREDE e Secretarias estaduais de educação, atingindo professores de diferentes regiões do estado de Alagoas. O curso teve como objetivo capacitar professores de escolas públicas de ensino fundamental e médio para o melhor uso no cotidiano escolar dos recursos proporcionadas pelas tecnologias da informação e da TV Escola, mostrando a necessidade de trabalhar com a tecnologias de forma crítica e criativa, integrando-as no seu cotidiano escolar. Neste artigo descrevemos a organização e o processo de execução do curso e utilização do memorial como recurso avaliativo e de registro pelos tutores e cursistas no núcleo Alagoas.

Palavras-chave:
Educação a Distância – Televisão e vídeo na educação – Rede universitária

 


1.      INTRODUÇÃO

A Universidade Virtual Pública do Brasil – UNIREDE (www.unirede.br) é um consórcio de universidades públicas formado por 41 universidades, 6 CEFETs e 23 universidades estudais/municipais. Tem como principais ações: contribuir para a democratização do acesso ao ensino superior público de qualidade; formação continuada de professores da rede pública; disseminação do conhecimento científico e tecnológico, educação e treinamento para o setor produtivo, em parceria com o Ministério da Ciência e Tecnologia. Realiza ações especiais: TV Escola e participa da formação de alfabetizadores.

A meta da UNIREDE para o ano de 2006: 60 universidades no programa; 548 pólos regionais, 246.600 vagas anuais (duplicando o número de vagas do sistema público) e 390.099 alunos matriculados.

O curso TV na Escola e os Desafios de Hoje é resultado de uma parceria entre a Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação – SEED/MEC, a Universidade Virtual Pública do Brasil – UniRede e as Secretarias Estaduais de Educação, representadas pelas coordenações Estaduais da TV Escola. Essa parceria tem possibilitado a integração entre os profissionais da rede pública de ensino superior.

Para Farias et alii (2003), a demanda inicial foi estimada em 15 mil cursistas-professores da rede pública de ensino fundamental e médio do país. No entanto, frente à solicitação de inscrição de mais de 264 mil professores, foram abertas 30 mil vagas na 1a turma (30.046 cursistas). As duas turmas seguintes tiveram, respectivamente, 48.235 e 32.040 professores inscritos. Portanto, mais de 110 mil professores da rede pública já passaram pelo curso, no período entre outubro de 2000 e março de 2003. A 4a. turma tem início em agosto de 2003 e atenderá a uma demanda inicial de cerca de 30 mil professores. Para a oferta da 1a. Turma, a UniRede organizou 18 núcleos, que se constituíram como fruto da colaboração formal entre cada Secretaria de Educação da Unidade da Federação e universidade(s) local(is). Na 2a. Turma foram 24 núcleos e já atingimos 27 na 3a., incluindo o Núcleo Virtual para o curso on-line, em fase experimental.

O cursos foi concebido para professores, supervisores e diretores de escolas públicas de ensino médio e fundamental, visando capacitá-los para o melhor uso, no cotidiano escolar, dos recursos proporcionados pelas tecnologias da informação e da comunicação, com ênfase na comunicação audiovisual (TV Escola). O curso também foi oferecido num^Núcleo Virtual atendendo a todo o país. A página deste curso está no endereço: http://tvescola.unirede.br .

 

2.      ORGANIZAÇÃO DO CURSO

2.1 Estrutura curricular:

O Curso de Extensão TV na Escola e os Desafios de Hoje (http://tvescola.unirede.br) está organizado em três módulos:

Módulo I – Tecnologias e Educação: Desafios e a Tv Escola - responde ao porquê das tecnologias na escola. Registra a presença das tecnologias na vida cotidiana. Provoca reflexões sobre a linguagem da televisão, e modos de compreender as novas atuações pedagógicas. Mostra ainda, que a TV Escola atende ao desafio da educação pela televisão. O projeto “TV na Escola e Desafios” busca atender conjuntamente aos desafios do educar a distância e do educar com as tecnologias na sala de aula.

Módulo II – Uso da Televisão e do Vídeo na Escola - estabelecem-se relações diretas com o currículo escolar. Apresentam-se propostas para usar televisão e vídeo no desenvolvimento de atividades curriculares em diferentes áreas do conhecimento. Explora os recursos do TV Escola no projeto pedagógico da escola, em sua gestão cotidiana e na disponibilização à comunidade. O manuseio de equipamento será tratado de forma natural, procurando evidenciá-lo através das ações dos personagens em cada vídeo do curso. Também serão utilizadas referências ao manual de instalação do kit de equipamento da TV Escola.

Módulo III - Experimentação: Planejando, Produzindo, Analisando - traz contribuições para o professor propor, planejar e experimentar usos da TV/vídeo. Informa sobre processos de produção e de análise de programas de televisão para facilitar a utilização criativa e crítica da TV e do vídeo.

Os módulos são transmitidos junto a programação do Canal  TV Escola (www.mec.gov.br/seed/tvescola) do Ministério da Educação.

A coordenação geral do curso é feita pela Universidade de Brasília a qual compete dentre outras coisas, possibilitar a integração entre os núcleos, interagir com o MEC, elaborar o relatório final.

Em cada estado brasileiro foi constituído um núcleo da UNIREDE para a oferta deste curso em conjunto com as secretárias de Educação. Em Alagoas o núcleo foi criado na Universidade Federal de Alagoas e o trabalho em parceria do núcleo com a secretária envolve:

DIRETRIZES DE GESTÃO

COMPETÊNCIAS RESPONSABILIDADES NÚCLEO

COMPETÊNCIAS RESPONSABILIDADES SEC. EDUCAÇÃO

ADMINISTRATIVO E FINANCEIRA

Coordena a equipe de execução local. Coordena a prestação de contas do Núcleo. Elabora os relatórios parciais e final de prestação de contas do projeto.

Apóia na execução do projeto

TÉCNICO E PEDAGÓGICO

Auxilia no processo de seleção e matrícula dos cursistas. Coordena a gestão e avaliação do curso. Coordena a administração acadêmica do curso. Define as normas para certificação.

Coordena o processo de seleção e matrícula dos cursistas. Coordena a distribuição de materiais impressos e vídeo. Participa da avaliação do curso nos aspectos operacionais. Diagnóstica os NTEs e TV Escola

PESQUISA E AVALIAÇÃO

Executa o projeto de pesquisa e avaliação acadêmica do curso.

Auxiliar nos aspectos operacionais da pesquisa e avaliação

DOCÊNCIA E TUTORIA

Infraestrutura física de funcionamento da Tutoria.

Infraestrutura física de funcionamento da Tutoria.

Essa parceria tem permitido a aproximação da Universidade com os gestores educacionais públicos e com profissionais que atuam nas Coordenadorias e um contato mais intenso entre tutores e cursistas pelo fato dos tutores residirem e atuarem junto a cursistas das mesmas regiões ou de regiões vizinhas.

2.2 Inscrição, seleção  e matrícula dos cursistas

A inscrição dos cursistas foi realizada nas Secretarias Municipais e Estaduais. Foi intensificada a parceria com a UFAL para viabilizar a oferta de vagas foi realizada a divulgação ampla através dos meios de comunicação, convidando e sensibilizando os professores para participarem. No quadro abaixo podemos visualizar o número de inscrições, apresentamos os resultados e o processo de acompanhamento das três edições do curso, oferecidas pelo Núcleo UNIREDEAlagoas no período de 2001 a 2003, conforme quadro abaixo:

EXECUÇÃO DO CURSO DE EXTENSÃO TV NA ESCOLA E OS DESAFIOS DE HOJE – NÚCLEO UNIREDE ALAGOAS

EDIÇÃO

MATRÍCULA INICIAL

CONCLUINTES 1º MÓDULO

CONCLUINTES 2º MÓDULO

CONCLUINTES 3º MÓDULO

1ª 2001/2002

617

205

147

87

2ª 2002/2003

1000

624

511

480

3ª 2003/2003

782

642

558

524

TOTAL

2.399

1.471

1.216

1.091

Fonte: Núcleo UNIREDE Alagoas/UFAL

 

As inscrições de cursistas seguiram os seguintes critérios: professores de escolas com kit tecnológico em funcionamento; professores com formação mínima: ensino médio; ter responsabilidades de tempo; professores da rede pública lotados em sala de aula ou multimeios ou coordenações; professores e coordenadores que não estejam vinculados a outros projetos e cursos e justificativa da escolha do curso.

Foram definidos critérios de vagas por município/escola (máxima: 10 vagas por escola). Foi encaminhado correspondência confirmando a seleção e matrícula no curso. A confirmação da matrícula se deu no encontro presencial na entrega do 1º módulo. Foi encaminhado correspondências aos desistentes da segunda turma no sentido de resgatar o desistentes (pelos tutores da 3ª turma) até 30%. Foi solicitado aos cursistas informarem em caso de desistência.

O processo de seleção envolveu: análise de currículo, entrevista. Inicialmente foi feita a divulgação do processo de seleção de tutores da UFAL e no âmbito da Secretaria de Educação, solicitando currículo dos interessados para uma primeira análise e posterior entrevista. Os critérios adotados na seleção de tutores foram: ter formação docente; ter disponibilidade de tempo; ter disponibilidade de viagens aos pólos de tutoria; ter alguma experiência em EAD; ter interesse em pesquisar sobre a temática EAD.

2.3 Capacitação de tutores

A formação dos tutores no Núcleo Alagoas ao aconteceu em dois momentos: uma formação inicial, utilizando material do curso e textos complementares e uma formação continuada durante toda a execução do curso envolvendo reuniões semanais com a coordenação, construção dos memoriais de cada tutor e realização das atividades dos módulos.

Formar o grupo de tutores para realizar o trabalho de orientação acadêmica requereu um curso inicial de capacitação e encontros semanais de estudos e participação em outros espaços de troca de experiência e informações com fóruns de discussão. A estratégia de formação tornou-se natural a partir de encontros semanais de estudo de tutores e coordenadores com especialistas convidados. A preocupação era articular estudos e situação práticas de atendimento.

A tutoria é uma instância de mediação entre o estudante e o material didático, na busca de uma comunicação ativa e personalizada. Orientando e supervisionando o processo de aprendizagem do cursista, o tutor conhece as dificuldades do aprendiz e o ajuda a responder, de maneira adequada, aos desafios impostos pela educação individualizada.

Uma sessão típica de tutoria individualizada, consiste no exame que o tutor faz de um trabalho de aluno: um texto sobre determinado assunto, por exemplo. Durante a sessão, o tutor irá procurar apontar os aspectos positivos do trabalho, mas reservará ênfase especial para as eventuais falhas ou lacunas. A propósito, estas falhas ou lacunas quase sempre são inevitáveis. Desta maneira, o aluno sentirá que conquanto possa ter realizado um bom trabalho, resta ainda espaço para seu desenvolvimento, o que implica pesquisar mais. O tutor age, assim, como um catalisador do desenvolvimento de seu aluno.

Este curso teve como objetivo mostrar situações de orientação e atuação do tutor num curso de educação a distância, para que possam acompanhar, intervir, atender solicitações da aprendizagem, do tutor se exige conhecer os temas, sua relação com práticas pedagógicas, dificuldades de compreensão, objetivos das unidades, atividades previstas, materiais. A interação tutores x cursistas ocorreu por carta, telefone, e-mail e encontros presenciais. A formação deve contemplar as especificidades das intervenções e o uso dos meios para agilizar atendimentos e garantir boa comunicação.

O curso de capacitação de tutores teve carga horária de 40 horas na primeira e segunda edições do curso e 80 horas na terceira.

Capacitação de Tutores

a)      Apresentação do curso: objetivos, organização do curso, conteúdo dos módulos, materiais de estudo, funcionamento do curso e núcleo Alagas (UFAL), gestão do curso na SEE e no Núcleo Alagoas, tutoria.

b)      Seminário: Educação a Distância – discussão das temáticas: importância da educação a distância; importância dos materiais didáticos nesta modalidade; papel e atuação do tutor; avaliação da aprendizagem dos cursistas; experiência de acompanhamento do curso pela coordenação e pelos tutores que já atuaram nas edições anteriores do curso.

c)       Manual de Orientação Acadêmica (tutoria do curso): processo operativo da orientação acadêmica (tutoria); atribuições do tutor: orientação de estudos; como trabalhar o memorial?; atividades de aprendizagem e atividades de avaliação de desempenho.

d)      Leitura do material impresso dos três módulos do curso.

e)      Assistência e discussão dos vídeos dos módulos do curso.

f)        Planejamento dos encontros presenciais e tutoria.

g)     Construção do memorial individual e relatório de tutoria.

Os momentos do treinamento e capacitação dos tutores, onde foram estabelecidas metas, atividades, juntamente com o relato das dificuldades e dos avanços dos cursistas e do curso. Os cursistas, nestes momentos também tiveram oportunidade de ouvir relatos das experiências vivenciadas pelos tutores nos plantões realizados nas cidades do interior do estado de Alagoas, nos momentos presenciais onde foram trabalhadas várias atividades as quais os cursistas tinham dúvidas, cuja participação foi efetiva deixando os tutores interessados pelo interesse dos cursistas, socializando os avanços que provocaram uma nova visão do uso da TV e do vídeo, tanto em casa, na escola, pois começaram a analisar o que vem apresentando nos programas dos diversos canais. Estes encontros nas cidades do interior foram de grande importância para os tutores.

2.4 Encontros presenciais

A preparação do momento presencial se deu com a confirmação e o convite dos professores cursistas selecionados para participar do curso TV na Escola e os Desafios de Hoje.

Todos os professores cursistas que participaram dos momentos presencias receberam um kit contendo os módulos, a relação de acompanhamento da tutoria e carta informando o tutor.

Os cursistas que não compareceram ao momento presencial, receberam seus módulos durante os plantões dos tutores na capital e Interior e também pelo correio. Posteriormente, houve a confirmação do recebimento por telefone e atendimento individual aos cursistas, para explicações do funcionamento do curso e atividades solicitadas.

Para entender melhor esta demanda foi realizado no inicio de cada módulo, momentos presenciais nas cidades pólos, que serviram de orientações preliminares como embasamento para as atividades propostas nos módulos.

Os momentos presenciais no interior do estado de Alagoas têm mostrado aos tutores que um curso a distância necessita de um acompanhamento mais efetivo dos tutores, como tambénm do apoio dos responsáveis pelo Programa TV Escola nas Coordenadorias Regionais de Educação, para que os cursistas sintam-se apoiados em suas necessidades mais diretas, tais como: gravação das fitas, no sentido de coleta e envio para os tutores responsáveis no tempo hábil para sua utilização dentre outros mais simples, e para o bom andamento dos trabalhos durante e depois deste curso nas escolas.

2.5 Tutoria

Toda a equipe de tutores foi preparada a cada inicio de módulo para conhecer as atividades e de como analisar e avaliar os trabalhos enviados pelos cursistas.

O curso em Alagoas se caracterizou por ter uma tutoria descentralizada sendo o acompanhamento dos tutores feito de forma cooperativa, a partir de encontros de coordenação de cada região. Todo atendimento foi registrado e estes registros serviram para a elaboração dos memoriais e dos relatórios de coordenação pedagógica para a coordenações estadual e do núcleo.

O processo de tutoria foi iniciado com curso de capacitação e com muitas expetctativas dos tutores por ser uma experiência de educação a distância, na qual tinham pouca experiência. Abaixo transcrevemos algumas expectativas registradas pelas tutoras no início da terceira turma do curso:

Minhas expectativas foram desde o momento em que fui selecionada para desempenhar o papel de tutora na 3ª edição do Curso de Extensão, como tutora esteve  sempre presente um grau de surpresa e mudanças. As minhas expectativas foram criadas  por ter o termo “tutora” vários significados: de proteção, direcionamento e de guia de alguém que nos leva a ter uma grande responsabilidade. sobre o andamento do curso Essas transformações têm incomodado o setor educacional, quer pelas mudanças no comportamento que elas modelam nos estudantes, através do seu uso cotidiano.   Acreditamos que, em geral, o professor enfrenta os desafios de ter as tecnologias diversificadas no mundo, de colocar de forma prática na sala de aula. Acredito neste trabalho desenvolvido pela TV na escola, pois passei pela fase de cursista e agora como tutora do mesmo, tenho visto que o grande desafio é fazer da tecnologia presente hoje na escola, um recurso metodológico que auxilie o professor na sua prática pedagógica e a desenvolver seus alunos para serem críticos e políticos com tudo que os cercam. Este curso de extensão tem sido uma grande oportunidade de experimentar. Deixando de ser professor passivo para ser professor ativo frente as novas tecnologias no que se refere ao uso da TV e o vídeo.(Tutora Cheila)

Outra tutora destaca o papel do tutor na aprendizagem a distância:

Acredito que estou fazendo o possível para ajudá-las, como também deixar bem claro que o objetivo do curso é a sua atuação e o seu entendimento sobre as tecnologias da comunicação e da informação e a integração dessas no seu contexto escolar. Para isso tentei ajudá-las a entender melhor os conteúdos abordados em cada unidade do módulo. (...) trás a importância das tecnologias no nosso cotidiano, mostrando o quanto pode influenciar o comportamento humano, é necessário que nós tutores, ajudemos os nossos cursistas a reverem  seus conceitos e posicionamentos acerca da sua prática, refletindo sobre suas concepções de ensino-aprendizagem, conscientizando-os sobre o fato de que  utilizando bem estes recursos, podemos despertar nos alunos, o gosto pelo aprender, além da formação do senso crítico dos mesmos. Ao observarmos os meios de comunicação criticamente percebemos que as informações transmitidas pela televisão aparecem cheias de imagens e sons, trabalhando o visual e sensorial, despertando o emocional com muita propriedade burlando o nosso senso crítico e fazendo-nos analfabetos visuais. Mas, todos esses fatores serão inibidos quando a escola começar a  integrar no seu currículo a leitura de mundo e a inserção das tecnologias, podendo o professor em suas aulas conhecer, discutir e analisar sobre os meios de comunicação, contribuindo para o combate a falta de critérios desenvolvida por esses meios. Assim teremos não somente um mero transmissor  de imagens, idéias e fatos, e sim, um difusor de conhecimentos. É o professor que fazendo um bom uso desses recursos e permitindo a participação dos alunos de forma dinâmica e significativa, integrando-os com o objetivo de promover a aprendizagem no sentido amplo de preparação para a vida, inclusive  sem excluí-los desse conhecimento que é exigido a todo o momento, no trabalho, na rua, em casa ou melhor dizendo, no mundo, hoje denominado “sociedade tecnológica”. Também é notória a importância da atualização do professor, pois como vemos as informações hoje nos chegam muito rápidas, assim como, as mudanças que ocorrem, exigindo de todos uma atualização constante para acompanhar o desenvolvimento que a tecnologia tem proporcionado. É com a contribuição dessa tecnologia, através da utilização dos recursos da Educação a Distância, que os profissionais de educação que não tiveram oportunidade de completar seus estudos por dificuldade de locomoção, tenham condições de se atualizarem, com a formação continuada, renovando os conhecimentos e incentivando uma mudança na prática pedagógica. (Tutora Marleide).

Aconteceram encontros presenciais com os cursistas a cada inicio do curso. Houve envolvimento de diretores e coordenadores pedagógicos das escolas com os professores do curso. Houve atendimento permanente do cursista via telefone, fax, Internet e correio. Foi feito acompanhamento pela equipe do Núcleo e da Secretaria da Educação dos relatórios enviados pelos tutores enfatizando-se a análise das atividades realizadas pelos cursistas. Foi elaborado instrumento de avaliação do trabalho tutorial pelo cursista (ficha de avaliação). Este acompanhamento foi um processo novo para os tutores, pois na opinião de um deles,

a tutoria é função muito difícil e ao mesmo tempo polarizadora de concepções contribuidoras para a permanência do(a) professor(a) no curso. Pois, é um trabalho a começar pelo dito “as primeiras impressões são as que ficam”, em relação a informação, a motivação, a qualidade e com certeza a responsabilidade de desempenhar satisfatoriamente nosso papel. É processo que não tem receita, mas sim uma construção a partir da relação ora distante, ora pessoal, ora interativa e porque não dizer, ora interpessoal, característica fundamental mesmo na educação a distância.(tutora Alice).

2.6 – Plantões, envio de atividades e acompanhamento dos cursistas

Os plantões são momentos muito ricos neste curso. É nesta ocasião que os cursistas têm a oportunidade de tirar suas dúvidas, esse contato pessoal entre o cursista e o tutor é o momento que o cursista sente-se à vontade para questionar, debater e pedir auxílio para responder as atividades e sobretudo de como construir o memorial.

As atividades tiveram um prazo de entrega determinado pela coordenação e os tutores. Ao início de cada módulo era divulgado aos cursistas as atividades e o prazo da entrega. Percebemos grandes avanços no desempenho dos cursistas em relação ao desenvolvimento das atividades, motivando-os a busca da grade de programação da TV Escola e fitas de vídeo para responder as atividades propostas no módulo. Verificamos também que houve um envolvimento e entendimento maior em relação a metodologia do curso e seus instrumentos de avaliação.Abaixo temos um exemplo de um plantão de tutoria:

PLANTAO DE TUTORIA – Módulo 2

1º Plantão: data: 16/08/2002. Ações desenvolvidas: elaboração de correspondências para os cursistas definindo o local, data e horário do 1º momento presencial; definição das regiões de responsabilidade de cada tutor. Sendo designada para 9ª CRE correspondente à cidade de Penedo.

2º Plantão: data: 20/08/2002. Ações desenvolvidas: digitação do banco de dados, com os nomes dos cursistas, endereços e telefones; elaboração das fichas de acompanhamento dos cursistas.

3º Plantão: data: 23/08/2002. Ações desenvolvidas: marcação dos plantões no interior. PENEDO: 10 de setembro e 08 de outubro; passamos o restante do plantão telefonando para as CRE’s. para fazer o levantamento do número de cursistas.

4º Plantão: data: 27/08/2002. Ações desenvolvidas: feriado no município de Maceió, então usei o horário para ligar para os cursistas do interior (Penedo), para avisar das vagas e do dia do momento presencial.

5º Plantão: data: 30/08/2002. Ações desenvolvidas: realização do momento presencial e de entrega dos módulos aos cursistas das CRE’s: 1ª Maceió, 4ª Paulo Jacinto, 9ª Penedo, 7ª Viçosa e 10ª Porto Calvo; realização no auditório da Secretaria de Estado da Educação, onde foram discutidas as atividades propostas,. estes momentos são extremamente importantes, pois cria um veículo forte entre os cursistas e os tutores.

6º Plantão: data: 03/09/2002. Ações desenvolvidas: demos prosseguimento as inscrições e entrega do módulo I; orientamos para a elaboração do material do curso – aproximadamente 20 pessoas; organizamos os cursistas por tutores; enviamos as correspondências aos cursistas. 

7º Plantão: data: 10/09/2002. Ações desenvolvidas: momento presencial em Penedo, realizado na sede da CRE; tendo a entrega do I módulo para aqueles que não foram à Maceió; discussões sobre as atividades, orientações; fizemos a inscrição de cursistas, a ansiedade do primeiro encontro com outros cursistas, cuja intenção era motivar a participação de todos para evitar a desistências deles, a presença foi de 09(nove) cursistas, também tentamos envolver a responsável pela TV Escola no desenvolvimento das atividades (Ivonete Duarte da Silva)., na intenção de subsidiar e  apoio ao curso e aos cursistas.  

8º Plantão: data: 13/09/2002. Ações desenvolvidas: divisão dos cursistas restantes fazendo  o levantamento por escola e dos cursistas que receberam o módulo I; começamos a receber fitas para a gravação do módulo I; atendimento por telefone aos cursistas (nas fichas).

9º Plantão: data: 17/09/2002. Ações desenvolvidas: preenchimento da lista dos cursistas para colocação dos conceitos – na ficha elaborada pelos tutores da edição anterior do curso.

10º Plantão: data: 20/09/2002. Ações desenvolvidas: orientação aos cursistas sobre as atividades propostas – 08 e 34; continuamos a listagem dos cursistas para a ficha de conceito.

11º Plantão: data: 24/09/2002. Ações desenvolvidas: atualização da listagem dos nomes dos alunos; atendemos a cursista Giovanna Chaves, sobre a estrutura (formato) das respostas; correspondência devolvida de Penedo – Marcio Donato Santiago; telefonamos para 9ª CRE com o objetivo de fazer um levantamento das inscrições realizadas.

12º Plantão: data: 27/09/2002. Ações desenvolvidas: recebimento de devolução de correspondências Vânia M. do O . Ferreira; organização dos certificados dos cursistas da 2ª edição do curso – 2002, por ordem alfabética.

13º Plantão data: 01/10/2002. Ações desenvolvidas: entrega dos módulo aos cursistas – Joana e Edeusa; recebimento de fitas para a gravação do I módulo.

14º Plantão: data: 04/10/2002. Ações desenvolvidas: recebimento de um e-mail marcando a reunião com tutores; atendimento pelo telefone da cursista Arlete, cuja a dúvida era sobre a atividade de número 8, com relação ao seu desenvolvimento, subjetivo e objetivo.

15º Plantão”: data: 08/10/2002. Ações desenvolvidas: momento presencial em Penedo – 12 presentes; tirar dúvidas sobre a elaboração do memorial;. Preciso afirmar que a tutoria na cidade de Penedo tem sido um grande desafio, exigindo de mim compromisso com uma postura flexível e motivadora em relação aos cursistas; aplicamos uma leitura e discussão das questões através das respostas dos cursistas, já apresentadas; dentre as outras atividades as de número 08 e 23, sendo levada xerox da reportagem da revista Superinteressante.

16º Plantão: data: 11/10/2002. Ações desenvolvidas: telefonei para os cursistas das escolas Baltazar e Lions Club, que por algum motivo não receberam as correspondências, telefonei para a 9ª CRE para avisar a Ivonete para o envio dos módulos restantes; atendemos às cursistas Sônia e Ivanilda nas questões 08 e 34, como também para pegar as fitas gravadas.

17º Plantão: data: 15/10/2002. Ações desenvolvidas: feriado do dia dos professores, dia 16 de outubro reunimos com os tutores para o levantamento parcial dos tutores.

18º Plantão: data: 22/10/2002. Ações desenvolvidas: iniciamos as correções dos trabalhos recebidos, fazendo observações e atribuições de conceitos.

19º Plantão: data: 25/10/2002. Ações desenvolvidas: continuamos recebendo os trabalhos.

20º Plantão: data: 29/10/2002. Ações desenvolvidas: recebimento dos trabalhos; alguns atendimentos pelo telefone.

21º Plantão: data: 01/10/2002. Ações desenvolvidas: treinamentos e capacitações dos tutores no CTM/ SEE. Pauta: avaliação e relatório do módulo I; correção dos trabalhos; planejamento do II módulo; ambiente virtual do curso; algumas comentários foram feitos oralmente; definiram-se os momentos presenciais do II módulo.

22º Plantão: data: 05/11/2002. Ações desenvolvidas: elaboração e envio das correspondências para os cursistas, através de mutirão dos tutores, parabenizando e convidando para o momento presencial.

PS: Para maiores esclarecimentos e detalhamentos deste memorial consultar o portfólio.

Chegamos ao fechamento parcial do memorial do Curso de Extensão da TV na Escola, sem deixar de ressaltar a importância dos Coordenadores do curso, dos tutores sobretudo da interação que existe entre os participantes no intuito de resolver os entraves do desenrolar desta edição. Precisamos deixar registrados que os momentos foram de construção permanente de aprendizagem, de troca de experiência , enfim de enriquecimento profissional.

O processo de tutoria foi acompanhada pela coordenação a partir dos encontros de capacitação e dos memoriais enviados pelos tutores. Os memoriais conduzem a uma reflexão sobre a realização dos objetivos do curso e sua prática na escola, contém as atividades de avaliação de desempenho, para validar os resultados de seus estudos e é um documento no qual escrevem suas impressões sobre a aprendizagem do cursista, acertos e avanços mas também as faltas, momentos de dificuldades, as paradas. Exemplo de avaliação dos tutores:

Agora que chegamos ao final do curso, sinto o quanto foi importante participar como tutora. Constatei a necessidade do Uso das Tecnologias para um bom desempenho das aulas. A televisão, pelo seu poder de sedução sobre o homem, é um fator de mudança muito importante no modo de aprender, e utilizada de forma  educativa pode transformar a sala de aula em um ambiente atrativo para os alunos. Penso que o acompanhamento dos avanços tecnológicos e suas mudanças constantes, representam um desafio para os educadores conhecer as tecnologias, compreender suas mensagens e aplicá-las no processo ensino-aprendizagem.(Amabel)

Na conclusão deste primeiro módulo percebi que cresci juntamente com os cursistas, aprimorei a minha prática pedagógica e também errei em alguns pontos principalmente referente a organização pessoal, porém, essas falhas não deixaram de ser aprendizado e incentivo para alcançar as prerrogativas postas sobre a função do tutor. Espero continuar contribuindo para o sucesso dos cursistas nos módulos seguintes. Outro ponto importante que eu não poderia ficar sem registrar foi a integração e auxílio mútuo entre os tutores e funcionários da Secretária de Educação pertencentes ao núcleo de Educação a Distância. (Aristóteles).

Ao observarmos os meios de comunicação criticamente percebemos que as informações transmitidas pela televisão aparecem cheias de imagens e sons, trabalhando o visual e sensorial, despertando o emocional com muita propriedade burlando o nosso senso crítico e fazendo-nos analfabetos visuais. Mas, todos esses fatores serão inibidos quando a escola começar a  integrar no seu currículo a leitura de mundo e a inserção das tecnologias, podendo o professor em suas aulas conhecer, discutir e analisar sobre os meios de comunicação, contribuindo para o combate a falta de critérios desenvolvida por esses meios. Assim teremos não somente um mero transmissor  de imagens, idéias e fatos, e sim, um difusor de conhecimentos. É o professor que fazendo um bom uso desses recursos e permitindo a participação dos alunos de forma dinâmica e significativa, integrando-os com o objetivo de promover a aprendizagem no sentido amplo de preparação para a vida, inclusive  sem excluí-los desse conhecimento que é exigido a todo o momento, no trabalho, na rua, em casa ou melhor dizendo, no mundo, hoje denominado “sociedade tecnológica”. (Marleide)

É notória a importância da atualização do professor, pois como vemos as informações hoje nos chegam muito rápidas, assim como, as mudanças que ocorrem, exigindo de todos uma atualização constante para acompanhar o desenvolvimento que a tecnologia tem proporcionado. É com a contribuição dessa tecnologia, através da utilização dos recursos da Educação a Distância, que os profissionais de educação que não tiveram oportunidade de completar seus estudos por dificuldade de locomoção, tenham condições de se atualizarem, com a formação continuada, renovando os conhecimentos e incentivando uma mudança na prática pedagógica. (Marleide)

Apesar dos plantões terem permanecido sem alteração. Ressaltamos que a participação no momento presencial contribui para uma maior compreensão das atividades propostas.

Todos que tiveram a oportunidade de assistirem o vídeo, gostaram e foram unânimes na riqueza das informações e dos acontecimentos abordados no vídeo como ilustração do curso como para a vida pessoal e profissional.

Esta terceira edição do curso se caracterizou por ter uma tutoria descentralizada, sendo o acompanhamento dos tutores feito de forma cooperativa, a partir de encontros de coordenação de cada região. Todo atendimento foi registrado e estes registros serviram serviram para a elaboração dos memoriais e dos relatórios de coordenação pedagógica para a coordenações estadual e do núcleo.

Aconteceram encontros presenciais com os cursistas a cada início do curso. Houve envolvimento de diretores e coordenadores pedagógicos das escolas com os professores do curso. Houve atendimento permanente do cursista via telefone, fax, internet e correio. Foi feito acompanhamento pela equipe do Núcleo e da Secretaria da Educação dos relatórios enviados pelos tutores enfatizando-se a análise das atividades realizadas pelos cursistas. Foi elaborado instrumento de avaliação do trabalho tutorial pelo cursista (ficha de avaliação).

Salientamos que houve uma gestão compartilhada entre secretaria e universidade, constatando no convênio e esta gestão foi avaliada em cada final de módulo.

Existiram dificuldades na comunicação com alguns professores cursistas, através do telefone, devido a existência de uma única linha telefônica, para atender ao Programa de Tecnologias , tornando-se inviável para o tutor usar o mesmo. Foram disponibilizadas contas de e–mail dos tutores para os cursistas que quiserem enviar trabalhos para serem analisados e corrigidos. Foi elaborado uma ficha de atendimento ao cursista, que deve ser preenchida pelo tutor com as informações colhidas por telefone, e/ou presencial, tanto individualmente, como em dupla. Foram enviadas correspondências para os cursistas, identificando o tutor de cada um e os dias de plantões , endereço e telefone para eventuais contatos. Foi organizada uma estrutura para gravação dos vídeos institucional e de apoio do curso com a equipe da TV Escola da SEE.

O Curso TV na Escola tem proporcionado uma maior atuação dos professores cursistas para uso dos vídeos da programação oferecida pela TV Escola no seu cotidiano.

As dificuldades da linha telefônica para ao acompanhamento dos cursistas foram as mesmas do módulo anterior, mesmo assim, o acompanhamento aconteceu de maneira satisfatória.

No módulo 2, apesar dos plantões terem permanecido sem alteração, percebemos que a procura foi menor em relação ao módulo 1. Vale registrar que a participação no momento presencial contribuiu para um melhor entendimento das atividades solicitadas, em virtude do conteúdo deste módulo está diretamente ligado ao seu cotidiano escolar.

2.7 – Análise e avaliação das atividades pelos tutores

As atividades onde alguns dos cursistas encontraram maior dificuldade foram: 02, e o projeto de trabalho devido a falta de experiências em elaborar e executar um projeto didático em sala de aula e como também na elaboração de projetos direcionados para os gestores e a falta do kit tecnológico (funcionando) nas escolas foram um dos fatores que contribuíram para o aumento destas dificuldades. É importante salientar que os cursistas que participaram dos momentos presenciais, tiveram facilidades para responder as atividades, os demais cursistas que não puderam assistir o momento presencial encontraram  dificuldades ao responder as atividades.

Constatamos que a busca de informação nos plantões tira-dúvidas em relação a procura nas gravações das fitas, os cursistas demonstraram maior conscientização em relação aos trabalhos, estimulando a autonomia dos professores no que se refere a pesquisa e a utilização das novas tecnologias, provocando uma mudança na prática pedagógica de sala de aula.

Durante o curso pudemos observar o desenvolvimento dos cursistas. Ao analisar as atividades constatamos que a cada módulo o compromisso e a responsabilidade foram evidenciados. Salientando também o quanto eles expressaram sua opinião em relação  a importância do curso, destacando que através dos estudos e respostas das atividades propostas tiveram oportunidade de colocar em prática o uso, de forma integrada, das tecnologias existentes na escola. Outro ponto que enfatizamos é a elaboração do memorial no qual vivenciam a prática da auto-avaliação possibilitando ao mesmo a reflexão do processo de construção do conhecimento, bem como seus limites, dificuldades e possibilidades frente aos desafios das novas tecnologias.

Vimos que no decorrer dos módulos, as atividades com maior dificuldade de realização foram: 31 e 32 pela ausência ou mal funcionamento dos equipamentos.

Vale ressaltar que apesar das dificuldades encontradas pelos cursistas é visível o crescimento e a busca por novos conhecimentos do professor , viabilizando uma mudança na sua prática pedagógica

Como foi dito anteriormente, o módulo II foi de fácil assimilação, demonstrando uma maior conscientização dos cursistas em relação aos trabalhos, percebendo-se que ao entender o caráter educativo do curso, o educador pode transformar suas aulas tornando-as dinâmicas e criativas.

As atividades onde alguns dos cursistas encontraram maior dificuldade foram: 14,16 e 41 devido a impossibilidade de acesso ao jornal impresso nas cidades do interior e a falta do kit tecnológico em algumas escolas.

Percebemos uma maior procura nas gravações das fitas em detrimento a presença dos cursistas nos plantões tira- dúvidas.

É importante sublinhar também que os cursistas que estiveram nos momentos presenciais, tiveram mais facilidades para responder as atividades , consequentemente , aqueles que não puderam assistir o momento presencial encontraram maiores dificuldades ao responder as questões.

Ao avaliar as atividades verificamos a partir das respostas dadas que alguns cursistas não lêem o módulo o que o que favorece as respostas equivocadas e/ou dúbias. Ademais os cursistas que procuravam os atendimentos da tutoria, liam os módulos e estiveram nos momentos presenciais não encontraram dificuldades ao responder as atividades.

ATENDIMENTO AOS CURSISTAS

ATENDIMENTO (O QUE LEVOU A PROCURAR A TUTORIA)

PROCEDIMENTOS E ENCAMINHAMENTOS DADOS PELO TUTOR

Problemas na elaboração do memorial

O tutor explicou que que o memorial é um registro pessoal das dificuldades, dos percalços e empecilhos encontrados no decorrer do curso como também as mudanças de enxergar as tecnologias no processo ensino-aprendizagem como mediadora ou facilitadora da prática pedagogia na sala de aula.

Foi apresentado alguns pontos básicos para produção do memorial como: as principais dificuldades encontradas no decorrer do curso solicitando ao cursista a descrição de como a superou como também as mudanças, caso superou como também as mudanças, caso houvesse ocorrido, na prática pedagogia com a utilização do vídeo e tv no processo ensino-aprendizagem.

Foi dito a cursista que o memorial era resultado da sua percepção pessoal do curso, no qual ela registraria suas impressões, questionamentos e meios encontrados para solucionar os problemas.

Foi orientado a cursista a registrar suas impressões do curso, apresentar as modificações na sua prática pedagógica, os principais empecilhos encontrados durante o primeiro módulo.

A cursista não tinha elaborado o memorial então, procurou o plantão para ter um esclarecimento maior dos principais pontos que era necessário abordar no memorial.

Foi explicado a cursista que o memorial é um “diário” no qual ela deveria relatar as principais dúvidas encontradas nas atividades como também as soluções encontradas, sublinhei que o memorial é um trabalho subjetivo, reflexivo e que tem o objetivo de perceber a visão do cursista em relação ao curso.

Estrutura estética do trabalho

Foi assinalada a importância do conteúdo das respostas pois a organização do trabalho ficava a livre escolha do cursista e poderia ser entregue manuscrito, datilografado, digitado ou via e-mail.

A cursista entregou as atividades do primeiro módulo respondidas, porém notificou a dificuldade de realizar as últimas tarefas do módulo haja vista o kit não estar funcionando na sua escola

Foi solicitado a cursista que respondesse as perguntas por ser exigência do curso a realização de todas as atividades. Sugeri que procurasse fitas na (CRE) já que não possuía na sua escola e que procurasse uma escola que pudesse manejar o KIT.

Foi solicitado a cursista que procurasse uma escola em que o KIT estivesse funcionando ou verificasse na CRE algumas fitas do TV Escola. Solicitei também que as atividades 31 e 32 fossem realizadas juntamente com a dupla.

A cursista estava desmotivada em continuar o curso, pois tinha sido recentemente contratada pelo Estado e por estar cursando pós-graduação. Tal quadro dificultava reservar tempo para estudar e debater o assunto do módulo com sua colega.

Foi ressaltada a importância do curso e estimulei a cursista a continuar no curso apesar dos problemas citados por ela.

A cursista solicitou um esclarecimento maior sobre a formação de dupla e como esta deveria trabalhar.

Foi assinalada a importância do trabalho ser realizado em dupla pela abertura de troca de idéias, debates e/ou discussões e sobretudo a facilidade de responder as atividades.

A cursista estava com dúvidas em relação a organização do trabalho e solicitou um tempo  mais longo para entregar as atividades, haja vista não ter participado do momento presencial e ser a primeira vez que procurou a tutoria.

Foi explicado que os trabalhos poderiam ser enviados pelo correio ou via e-mail datilografados, digitados ou manuscritos caso enviasse pelo correio. Foi salientada a importância de enviar até o último prazo para entrega das atividades mas se acaso encontra-se problemas em enviar até a data determinada entrasse em contato com a coordenação.

Solicitou esclarecimento sobre a execução das atividades 31 e 32 já que ela era diretora e não trabalhava em sala de aula

A cursista foi incentivada a procurar um professor que usasse freqüentemente a tv e o vídeo na sala e após anota-se os procedimentos que o professor realizou e que a partir do vídeo ela simulasse um planejamento de aula e o uso didático do filme assistido.

Correção de atividades

Após ler as perguntas e em seguida foi percebido pelo tutor que algumas atividades precisavam de correções, de uma análise mais profunda e/ou reflexiva. Foi sugerido que ela debatesse com outros cursistas que assistissem a programação da TV Escola para ter embasamento maior para responder as atividades.

A cursista questionou a estrutura ou a forma que deveria ser confeccionados e entregues as atividades e o memorial.

Foi explicado a cursista que não preocupasse muito com estética do trabalho apenas que se organizado poderia ser entregue manuscrita, mas se preferisse poderia também datilografar ou digitar, mas que a escolha era dela. Foi enfatizada a importância dos conteúdos e informações apresentadas nas respostas.

A cursista apresentou alguns problemas em responder as questões como também os meios disponíveis para enviar os trabalhos após concluídos.

Foi explicado que as respostas eram pessoais e que deveria consultar o módulo apenas para aprofundar o conhecimento o conhecimento sobre os assuntos. Foi sugerido ao cursista que enviasse as atividades por e-mail para facilitar o seu trabalho, já que o mesmo tinha acesso a INTERNET.

A cursista estava com dificuldades de responder as questões do módulo, com dúvidas sobre a elaboração do memorial.

O tutor leu juntamente com a cursista as perguntas e fez um breve comentário dos assuntos abordados no módulo. Incentivou a cursista assistir o vídeo o qual esclarecia bastante e ajudaria a elaborar o memorial e responder as perguntas propostas. Enfatizou que o memorial é uma espécie de “diário” no qual ela deveria anotar os problemas encontrados.

Aspectos do trabalho

Foi ressaltada a importância do conteúdo das respostas e que não se preocupasse muito desde que bem organizado o trabalho poderia ser entregue manuscrito, datilografado, digitado e/ou via e-mail.

A cursista estava desmotivada por não encontrar tempo hábil para responder as questões.

O tutor motivou a cursista a permanecer no curso como também procurar outros cursistas para debaterem as atividades, propus também que reunisse com cursistas nos finais de semana para assistir o vídeo da TV Escola.

Atividade 8 – sobre a necessidade de utilização da tv na formação – pois não trabalho diretamente com alunos e sim com formação.

Irá descrever as reações e as relações dos “alunos” ao assistirem ao vídeo.

Sobre o prazo de entrega das respostas dos módulos, como também da possibilidade de entrega da fita (gravação da fita).

Uma fita para os vídeos de apoio como também um dos programas do TV Escola.

Dúvidas nas atividades 31 e 32 por não estar em sala de aula e memorial.

O fato de não estar em sala de não dificulta de fazer essa atividade. O cursista deveria procurar uma escola que tivesse o KIT tecnológico, escolher um vídeo e fazer o seu planejamento.

Dificuldade de utilizar vídeos da Tv Escola, pois seus alunos são especiais.

O tutor escolheu com a cursista outro vídeo onde pudesse inserir as crianças especiais tendo um bom aproveitamento nesta atividade.

Não conseguiu assistir ao vídeo, por falta de local com vídeo cassete funcionando.

Assistimos juntos o vídeo na sala de gravação do TV Escola.

 

 

3 – RESULTADOS

O desenvolvimento do curso se deu em parceria com o Ministério da Educação através da Secretaria de educação a Distância, Universidades que fazem parte da UNIREDE e Secretarias estaduais de educação, com a finalidade de atingir os professores inscritos no curso das diferentes regiões do estado de Alagoas.

Para atender melhor esta demanda foi realizado no início de cada módulo, momentos presenciais nas cidades pólos, que serviram de orientações preliminares como embasamento para as atividades propostas nos módulos.

Conforme as redações dos Memoriais, verificou-se que o trabalho em dupla foi uma proposta enriquecedora, uma vez que proporcionou troca de idéias, discussões, fortalecendo assim a continuidade, a construção de opiniões sensatas e coerentes , mesmo existindo a subjetividade de cada cursista.

Essa metodologia atendeu a uma demanda de qualificação de todos os segmentos, principalmente dos professores para melhor utilização de TV e Vídeo , no cotidiano escolar.

No final do ano de 2002 inserimos o material do curso na disciplina de Informática Educativa do Curso de Pedagogia a distância da UFAL, atendendo 300 alunos na região de Xingo. Os dois primeiros módulos serão cursados dentro da disciplina e se o aluno optar por realizar o terceiro módulo com suporte da tutoria do curso ele terá direito a certificação. Esta turma será encerrada em abril de 2003.

No processo de aprendizagem, a partir de levantamento feito junto aos cursistas, constatou-se as seguintes dificuldades: elevado índice de evasão/desistência; alunos desconhecem os princípios metodológicos da EAD, enquanto modalidade; cursistas não entendem as funções da tutoria ou orientação pedagógica, que são diferentes das de um professor do ensino presencial. Esse desconhecimento provoca opiniões erradas quanto à eficácia do ensino a distância; grande desinformação quanto aos objetivos e etapas do curso, parece que os alunos não fazem a leitura prévia e atenta do Guia do Curso, onde poderiam facilmente dirimir muitas dúvidas, algumas das quais de caráter primário; maioria dos alunos não domina os princípios de construção de um memorial. Em quase todos os contatos (carta, telefone, e-mail), manifestaram desconhecimento da forma e conteúdo do memorial; dificuldade dos cursistas em atender integralmente às atividades; dificuldades de acesso ao equipamento para gravação dos vídeos nas escolas e problemas de recepção do TV Escola, que dificultam o desenvolvimento do curso; dificuldades, por parte da UNIREDE em operacionalizar uma assessoria técnico-pedagógico aos núcleos e Secretarias de Educação para atuarem diretamente com o programa; falta de acesso aos vídeos. Em muitas escolas o kit tecnológico foi roubado ou os aparelhos se encontravam quebrados. Muitos cursistas apresentaram a falta do kit como um obstáculo, tanto para assistir aos programas como para realizar as atividades. Solução: núcleos começaram a gravar as fitas. Outras dificuldades: atraso no envio do material e da programação como um todo; tempo curto para o desenvolvimento das atividades; quantidade de exercícios propostos; veiculação e reprises dos vídeos em horários inadequados; trabalho final muito complexo; memorial muito trabalhoso; não acesso a Internet; dificuldade dos cursistas para gravação dos vídeos do curso, seja por falta de sintonia do canal da TV Escola, ausência de equipamento em funcionamento na escola ou por insuficiência de tempo devido à jornada dupla de trabalho; desconhecimento da metodologia de elaboração do memorial; não adequação da veiculação dos programas às especificidades de cada núcleo.

As causas de desistência e evasão do curso apontados nos relatórios finais foram: metodologia de educação a distância, por exigir autonomia de aprendizagem e disciplina para estudo; dificuldades de compreensão do material impresso e dos vídeos; falta de tempo aliada à incompatibilidade em conciliar o horário do trabalho com o horário de assistir ou gravar os programas; falta de uma orientação mais próxima e de apoio dos colegas para continuar o curso; rede comunicacional mais eficiente entre tutores e cursistas; motivos da desistência: falta de motivação; falta de tempo; falta de infraestrutura; falta de incentivo da escola e do tutor; prazo pequeno para entrega dos trabalhos; motivos pessoais; cursistas não estar em sala de aula; não possuir um grupo de trabalho; falta de feedback do tutor; como o cronograma de veiculação dos vídeos foi cumprido rigorosamente pela coordenação nacional, muitos cursistas não tiveram a oportunidade de assistir e/ou gravar determinados programas; gravações e/ou reproduções precárias da programação do curso ocasionadas, muitas vezes, pela precariedade dos kits tecnológicos das escolas; dificuldades dos cursistas para gerenciar o seu processo de aprendizagem: reunir-se para discutir e analisar os materiais e elaborar individualmente respostas para as atividades; necessidades de maior inserção da universidade nas ações de capacitação de tutores e no acompanhamento de suas funções como formar de ampliar as possibilidades de pesquisa e ensino através dessa ação de extensão; dificuldade de acesso ao kit tecnológico da escola, pelos cursistas, no horário de veiculação das fitas do curso; kit tecnológico apresentando defeito – a antena parabólica, o vídeo cassete e a televisão, isto é, talvez, por não haver, por parte da direção da escola, um compromisso permanente de sua manutenção; não conhecimento dos cursistas acerca dos objetivos do curso, quando são inscritos ( as inscrições foram realizadas via Secretaria de Educação e direção das Escolas), isto é, eles não têm consciência quanto as vantagens que terão, participando desse curso, no sentido de ser para eles uma oportunidade de aperfeiçoamento profissional, de capacitação para poder explorar novos recursos e de qualificação para melhorar a sua atuação em sala de aula.

Os participantes que desistiram e evadiram alegaram as seguintes razões: depressão, entrada na aposentadoria, não era o que ela/ele pensava, muita viagem a trabalho, falta de tempo uma vez que trabalharam os três horários, atividades complexas e em grande quantidade, local de tutoria distante etc.

Para resgatar alunos evadidos foram identificados os cursistas desistentes das versões anteriores (1ª e 2ª) que chegaram a entregar pelo menos o primeiro módulo. Esses cursistas foram contatados através de correspondência, explicando que os mesmos poderiam concluir o curso enviando os módulos pendentes aos tutores. Aqueles que não conseguiram entregar na versão atual, contaram com um atendimento tutorial que contribua para a conclusão do curso, podendo também participar de todas as atividades (presencial e a distância).

 

4                   CONCLUSÃO

A importância deste curso foi de integrar de forma interdisciplinar teoria e prática da utilização dos recursos audiovisuais na prática pedagógica do professor.

Verificamos o amadurecimento dos professores frente ao uso das tecnologias pelo interesse de manter o Kit tecnológico em funcionamento, com a criação de uma videoteca em sua escola e a utilização prática destes vídeos na sala de aula.

O investimento na formação de professores no uso de novas tecnologias prever espaços para o desenvolvimento de atividades que integrem as tecnologias a educação, onde os professores se darão conta de que as novas tecnologias funcionarão como uma ferramenta significativa de mudanças no processo ensino-aprendizagem.

Podemos constatar através dos memoriais e trabalhos desenvolvidos que o compromisso e o envolvimento dos cursistas têm aumentado substancialmente, os avanços são constados através do uso do vídeo em sala de aula, as concepções a respeito das novas tecnologias e principalmente o reconhecimento da importância do curso para que estas tecnologias sejam incorporadas a sua prática educativa.

Concluímos assim que os professores cursistas atingiram o objetivo do curso que é formar profissionais autônomos característica inerente da modalidade a distância, conscientes da importância da utilização da TV/vídeo no cotidiano escolar.

Durante o curso podemos observar o desenvolvimento dos cursistas. Ao analisar as atividades constatamos que a cada módulo o compromisso e a responsabilidade foram evidenciados. Salientando também o quanto eles expressaram sua opinião em relação a importância do curso, destacando que através dos estudos e respostas das atividades propostas tiveram oportunidade de colocar em prática o uso, de forma integrada, das tecnologias existentes na escola. Outro ponto que enfatizamos é a elaboração do memorial no qual vivenciam a prática de auto-avaliação possibilitando ao mesmo a reflexão do processo de construção do conhecimento, bem como seus limites, dificuldades e possibilidade frente aos desafios das novas tecnologias.

Como resultados o curso: proporcionou uma maior otimização dos Kits tecnológicos; despertou a curiosidade dos cursistas pelos programas da TV ESCOLA aumentando assim a procura pelo acervo, contribui para que o fizesse a leitura interpretativa dos programas que a televisão tem oferecido; favoreceu o uso adequando das tecnologias na sala de aula; despertou o senso crítico do aluno para a leitura das imagens; possibilitando o uso mais seletivo dos programas de televisão.

 


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

BRASIL, MEC/SEED/UNIREDE (2002). TV na Escola e os Desafios de Hoje. Curso de Extensão para professores do Ensino Fundamental e Médio da rede pública. Brasília: Editora da UnB, 3a. ed. Disponível em: http://tvescola.unirede.br

FARIA, Dóri; QUEZADO, Sylvio; FIORENTINI, Leda: BARZ, Rosângela. Análise dos resultados do desempenho dos núcleos do curso de extensão TV na Escola e os Desafios de Hoje (SEED/MEC). Disponível em: http://www.unirede.br/agenda/passados/docs/analise_resultado_tv_escola.doc Capturado em 16.04.04

NUCLEO UNIREDE ALAGOAS (2001). Relatório do Curso Tv na Escola e os Desafios de Hoje: primeira edição. Maceió.

NUCLEO UNIREDE ALAGOAS (2002). Relatório do Curso Tv na Escola e os Desafios de Hoje: segunda edição. Maceió.

NUCLEO UNIREDE ALAGOAS (2003). Relatório do Curso Tv na Escola e os Desafios de Hoje: terceira edição. Maceió.