São Paulo, 19 de setembro de 2003.
Quando o brasileiro se orgulha da cultura
nacional de especialização em improvisações e “jeitinhos”, há
um sentimento de culpa e de vergonha implícito na
manifestação. Todas as pessoas educadas sabem que qualquer
atividade que merece seu tempo ou dinheiro deve ser bem
planejada, realizada e concluída conforme as expectativas
despertadas no início. O termo “qualidade” é hoje quase um
chavão, de tão recorrente e reivindicado nos últimos anos. O
“10º Congresso Internacional da ABED”, em 2003, focalizou a
questão da qualidade em aprendizagem a distância, partindo do
pressuposto de que “qualidade” não é algo abstrato e
subjetivo, mas, sim, a busca constante da obtenção das metas
originalmente estabelecidas.
Prof. Fredric M. Litto
O “11º Congresso Internacional” se dirigirá à questão de como
fazer esta verificação - a avaliação. Esperamos ter expostas,
por brasileiros e estrangeiros especializados em avaliação em
educação em geral e em EAD especificamente, informações
indicando as filosofias, os métodos, as técnicas mais
utilizados hoje. Tanto as abordagens quantitativas quanto as
qualitativas interessam às instituições brasileiras que
atualmente ministram cursos a distância ou que pretendem fazer
isso no futuro. Relatórios de experiências bem sucedidas, e
“avisos aos navegantes” sobre perigos variados ao entrar nessa
atividade, serão bem-vindos no 11º Congresso.
O sistema de “entrega” de um curso a
distância, sua eficácia na aprendizagem do aluno, a
infra-estrutura tecnológica e humana empregada, e o seu
custo-benefício, todos esses aspectos - e muito mais, podem
ser o alvo de um escrutínio sistemático. Avaliações bem feitas
são a garantia de controle contra as conseqüências inesperadas
que freqüentemente são o resultado de improvisações e
“jeitinhos”. E todos os atores no cenário de um programa de
EAD - alunos, professores, equipe de produção e apoio,
administradores, patrocinadores/mantenedores e agências
reguladoras - merecem ter os benefícios que um
aprimorado trabalho de avaliação proporciona. Entre outros
especialistas, a ABED está convidando para falar no “11º
Congresso Internacional”: Michael Scriven, da Claremont
University (EUA), Marlene Scaramalia e Carl Bereiter, da
University of Toronto (Canadá), Eva Kampitz, da New England
Accrediting Association (EUA) e Teresa Penna-Firme, da PUC-RJ.
E se o crescimento anual de 20% no número de trabalhos
científicos recebidos para apresentação continuar no mesmo
ritmo, teremos um mínimo de 190 trabalhos submetidos à
apreciação em 2004, numa clara demonstração de que a
aprendizagem a distância no Brasil está amadurecendo,
consolidando-se e se expandindo.
Em nome da Diretoria da ABED, convoco todos
aqueles interessados profissionalmente na EAD a planejar sua
participação extensiva no 11º Congresso, pois, ao tudo indica,
tanto pelo local baiano - tão inspirador, quanto pela riqueza
de discussão que o tema provoca e permite, promete ser um
evento memorável.
Fredric M. Litto
Presidente da ABED
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