ANAIS DO ENCONTRO
TRABALHOS APRESENTADOS
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POLÍTICAS EDUCACIONAIS E FORMAS
DE APROPRIAÇÃO DAS TECNOLOGIAS CONTEMPORÂNEAS
NA SOCIEDADE INFORMACIONAL
José Gledison Rocha Pinheiro
gledison@terra.com.br
Ana Sueli Teixeira de Pinho
anasueli@svn.com.br
Universidade do Estado da Bahia - UNEB
Mestrado em Educação e Contemporaneidade
Salvador – Bahia
Resumo
Cada vez mais se torna presente no discurso
oficial, acadêmico e midiático, a defesa da utilização
das tecnologias contemporâneas nos espaços de produção,
prestação de serviços e formação
educacional. Contudo, uma reflexão mais atenta do contexto
sócio-econômico e político brasileiro, enquanto
país periférico, e das políticas de educação
governamentais, permite questionar não apenas a distância
entre o jogo de retórica e a prática, bem como os
próprios pressupostos pedagógicos subjacentes aos
projetos educativos que envolvem direta ou indiretamente as tecnologias.
Ademais, torna-se relevante abrir o debate em torno das formas de
apropriação dessas tecnologias na sociedade da informação
pelos sujeitos do conhecimento, de modo que essas possam contribuir
para a transformação da realidade, a partir da lógica
e necessidade de quem as utiliza e não apenas para atender
a demanda do sistema produtivo.
Palavras-chave: economia, trabalho, tecnologias
contemporâneas, educação, políticas públicas
e transformação social.
As transformações do capitalismo têm levado
alguns autores a afirmar que a economia, na segunda metade do século
XX, passou de um modelo de produção industrial para
outro assentado na informação, trazendo com isso diversas
implicações sociais e educativas.
O modelo capitalista adotado pelos países
centrais até a década de 60, conhecido também
como economia industrial, baseava-se no princípio de desenvolvimento
econômico “taylorista/fordista” . A partir do
final da década mencionada, inicia-se a configuração
de um outro padrão de acumulação de capital,
chamado por alguns teóricos de economia pós-industrial
e por outros de economia informacional, cujo princípio produtivo
é o “toyotista”.
O princípio “taylorista/fordista”,
de base eletromecânica rígida, caracteriza-se pela
produção em massa e em série de mercadorias
padronizadas, aspectos que demandavam dos trabalhadores capacidades
cognitivas relacionadas à memorização de conhecimentos
e repetição de procedimentos numa determinada seqüência;
ademais, exigia-se ainda a uniformização de respostas,
a separação entre tempos de aprender e tempos de repetir
procedimentos práticos. Quanto à dimensão ideológica
das relações de produção, o controle
se dava mediante a fiscalização externa, através
da presença de inspetores, gerentes, supervisores, presentes
no interior do espaço produtivo.
Já o modelo “toyotista”, de
base microeletrônica flexível, possui características
como a produção de mercadorias não padronizadas,
cuja qualidade é determinada pela demanda imediata do mercado
consumidor. Esse “novo” modelo de acumulação
de capital demanda dos produtores diretos de mercadorias outras
capacidades cognitivas, tais como a integração entre
pensamento e ação, a capacidade de comunicar-se adequadamente,
autonomia intelectual e moral, criatividade e flexibilidade.
Segundo Castells (1992), a produtividade e o crescimento econômico
na economia informacional passam a depender mais da qualidade da
ciência, tecnologia, informação e gestão
do que do aumento quantitativo de capital e trabalho como ocorria
no modelo anterior.
Considerando as disputas e interesses que marcam
a economia mundial, é possível que no processo de
transição entre o primeiro e o segundo modelos de
acumulação capitalista, sublinhados acima, existam
tensões, vez que o domínio de ciência e tecnologia
tem implicações diretas sobre a divisão internacional
do trabalho.
Trazendo a discussão para a realidade brasileira,
cujo estudo foi empiricamente realizado por Kuenzer (1998), pode-se
identificar alguns obstáculos à assunção
do segundo modelo produtivo: a própria divisão internacional
do trabalho, dominada pelos grandes blocos econômicos; a presença
do paradigma empirista subjacente às práticas educativas
e a lógica da racionalidade financeira norteadora das políticas
públicas. Além disso, levando-se em conta o aspecto
histórico brasileiro, impõe-se ainda a herança
escravocrata.
No que tange à divisão internacional
do trabalho, ao constatar-se a restrita participação
do Brasil na produção de mercadorias de alto valor
agregado no mercado global, torna-se problemático aceitar
o discurso oficial que coloca o Brasil como participante competitivo
da economia informacional, vez que a demanda mundial para os países
periféricos é muito mais do cumprimento da função
de fornecedores de matéria de baixo valor agregado, que produtos,
cuja elaboração exigem altos investimentos em ciência,
tecnologia e informação.
Não parece difícil concluir que
é através de uma política nacional que enfrente
a lógica da divisão internacional do trabalho, concentradora
dos principais mercados produtores e consumidores em áreas
como a Ásia, Europa e Estados Unidos, que será possível
a superação do modelo taylorista/ fordista. Essa transição,
que foi iniciada nos países centrais mediante investimentos
maciços em ciência e tecnologia, vem sendo feita pelo
Brasil?
Quanto à presença da concepção
empirista de produção do conhecimento, a pesquisa
de Becker (2000) reforça a tese de que é ainda a capacidade
de memorização, cópia e repetição
de modelos, que subjazem as práticas escolares, quando afirma
ser hegemônico o empirismo nos três níveis educacionais.
Dizendo de outro modo, o discurso oficial no seu projeto neoliberal,
embora explicite a defesa de uma proposta educacional construtivista,
de fato o que se apresenta é a falta de coerência entre
teoria e prática, vez que a existência dos PCN, não
obstante as críticas que possam ser feitas a estes, por si
só, não garantem uma transformação das
práticas pedagógicas.
Em relação aos aspectos institucionais,
existe uma imposição do FMI por uma política
fiscal racionalizadora dos recursos financeiros, destinados aos
investimentos na área social, confirmando assim a tese neoliberal
que recomenda, para os países periféricos, o princípio
do estado mínimo no que se refere à extensão
das políticas públicas. Orgânica a esta concepção,
tem-se configurado no Brasil, nos últimos anos, a exemplo
do que aconteceu no Ensino Médio, um processo de transferência
de responsabilidade social da esfera pública para a privada,
ao converter a educação, em especial o nível
superior, em mercadoria.
Outro aspecto a ser considerado é de natureza
histórica, pois sendo o Brasil um país colonizado,
de herança escravocrata, é possível ainda hoje
encontrar a dicotomia existente entre trabalho intelectual e trabalho
manual, o que está mais coerente com o modelo taylorista/fordista,
que preconiza a separação entre pensamento e ação.
Por outro lado, analisando as políticas
públicas de ampliação da oferta de educação
para os diferentes níveis de ensino, identifica-se uma dicotomia
entre o discurso e a prática, pois embora o governo divulgue
o aumento da oferta, este se concentra no nível fundamental,
em detrimento do ensino médio e superior. Trata-se na verdade
de uma política restritiva para os níveis de escolarização
mais elevados; o que denota uma flagrante contradição
entre a pretensão do governo em discursar a favor dos níveis
de ensino capazes de construir competências mais complexas,
como são exigidas pela economia informacional, e uma prática
seletiva de acesso a esses mesmos níveis. Ao adotar tal política,
o governo apenas cumpre com o papel determinado pela divisão
internacional do trabalho para o Brasil, que é o de fornecer
em maior escala produtos de menor valor agregado.
Outra contradição a ser assinalada
refere-se ao descompasso entre as exigências do novo modelo
produtivo, que recomenda:
“... o desenvolvimento de habilidades cognitivas
e comportamentais, tais como análise, síntese, estabelecimento
de relações, rapidez de respostas e criatividade em
face de situações desconhecidas, comunicação
clara e precisa, interpretação e uso de diferentes
formas de linguagem, capacidade para trabalhar em grupo, gerenciar
processos, eleger prioridades, criticar respostas, avaliar procedimentos,
resistir a pressões, enfrentar mudanças permanentes,
aliar raciocínio lógico-formal à intuição
criadora, estudar continuamente, e assim por diante” (Kuenzer,
2000:4), e a tentativa de padronização da qualificação
profissional, através dos pacotes prontos formulados, na
maioria das vezes, nos países centrais (Kuenzer, 2000).
Contudo, mesmo considerando que existe uma tendência
atual de valorização do princípio produtivo
proposto pela economia informacional e que este, com efeito, possui
aspectos positivos em relação ao modelo de produção
fordista/taylorista, já assinalados, não se pode desprezar
o fato de ele estar a serviço do capitalismo, o que introduz
problemas do tipo exploração/exclusão, concentração
de poder e controle internalizado das atividades pelo próprio
trabalhador.
Segundo Tedesco (2002), a economia informacional,
além de não fazer desaparecer a relação
explorador X explorado, introduz um novo par de contradições
traduzida pela dicotomia incluído X excluído.
Em relação à exploração
“Um dos mecanismos é a fixação de metas
e resultados que, geralmente, são superiores às capacidades
reais e obrigam a produzir muito mais do que o habitual.”
(Tedesco, 2002:5).
Assim novos mecanismos de controle são
adotados, não tão explícitos quanto no modelo
taylorista/fordista, pois agora este é internalizado pelo
próprio trabalhador através de processos de qualificação
profissional, cujo objetivo é reduzir o desperdício
de matéria-prima e de tempo.
Por outro lado, o trabalhador, além de
ser explorado e com poucas chances de ascender profissionalmente,
vê-se obrigado a permanentemente estar em mobilidade, hoje
chamada de horizontal, a fim de se manter incluído, tentando
evitar assim engrossar as fileiras dos já excluídos.
Nesse sentido, “enquanto a exploração é
um conflito, a exclusão é uma ruptura.” (Tedesco,
2002:4).
Como se trata de um modelo econômico baseado
sobretudo na flexibilidade, o desaparecimento da rigidez hierárquica
faz crer que se esteja diante de um processo de distribuição
de poder, o que não corresponde à realidade; como
sinaliza Castells (1999), o que de fato ocorre é uma descentralização
do processo produtivo.
É nesse cenário tecido até
aqui, marcado por contradições, que se insere a seguinte
questão: como é possível um processo de educação
para a transformação, a partir do uso das tecnologias
contemporâneas? Antes de arriscar algumas respostas, torna-se
fundamental explicitar os conceitos nucleares acima, quais sejam:
educação, transformação e tecnologias
contemporâneas.
Educação está sendo entendida
como “O exercício de pensar o tempo, de pensar a técnica,
de pensar o conhecimento enquanto se conhece, de pensar o quê
das coisas, o para quê, o como, o em favor de quê, de
quem, o contra quê, o contra quem...” (Freire, 2000:102),
visando o processo de hominização do próprio
homem.
A educação ao promover a apropriação
dos conhecimentos científico, tecnológico e cultural,
produzidos pela humanidade, não pretende apenas responder
às demandas produtivas de uma sociedade, mas pensá-la
de maneira crítica e reflexiva, visando assim a transformação
da realidade e do sujeito simultaneamente. Além disso, concordando
com Pimenta (2002), a educação tem também a
função de se apropriar dos problemas e contradições
produzidos no interior de uma sociedade para que, constatando-os,
possa contribuir para a sua transformação. É
nesse sentido que a educação hodierna, considerando
seus limites, tem dentre outros, os desafios do enfrentamento da
esgarçadura das condições humanas (violência,
guerra, fome, concentração de renda, etc.) e a sociedade
do não emprego.
Dessa forma, pensando com Paulo Freire (2000),
a educação não se reduz a mero treinamento
ou adaptação do sujeito ao mundo, ao contrário,
é através dela que o sujeito se insere criticamente
na sociedade, transformando-a, transformando-se e sendo por ela
transformado. Portanto, transformação é assim
entendida como práxis social.
Já o conceito de tecnologia está sendo tomado enquanto
instrumento que modifica a relação do homem com a
natureza e dos homens entre si, deixando de ser essa uma relação
direta e imediata. Ampliando essa definição, quaisquer
que sejam os instrumentos tecnológicos
“... de que se valha para transformar a matéria
conforme suas finalidades, é, sem dúvida, o homem
que os utiliza e fabrica, e é ele, em última instância
que se valendo deles atua sobre as matérias e as transforma
de acordo com suas necessidades” (Vázquez, 1990:196).
Sendo assim, ao pensar as tecnologias contemporâneas
(integração de várias tecnologias a um mesmo
formato – o digital), no âmbito educacional, como possibilidade
de transformação social, torna-se imperativo levantar
mais um questionamento: ao ser introduzidas as tecnologias no processo
educativo, levam-se em conta as necessidades do sujeito?
Subjacente a esta questão está a preocupação
em torno das formas de apropriação das tecnologias
contemporâneas pelos sujeitos do processo educativo. Assim
cabe conceber a sua apropriação não enquanto
extensão ou seja, transferência de técnica,
de conteúdo, treinamento ou adestramento, mas sim como comunicação,
entendendo esta enquanto diálogo entre sujeitos interlocutores,
que buscam significar e re-significar, construir e reconstruir os
conhecimentos e a sua própria vida cotidiana (Freire, 2001).
Um dos impactos das tecnologias contemporâneas foi tornar
possível o acesso às informações, desobedecendo
a imposição da hora marcada e dispensando, ao mesmo
tempo, a presença física in loco. Esse fenômeno
tem não apenas potencializado as possibilidades, mas também
instaurado novos desafios e contradições para a educação
a distância - EAD.
Como a lógica da política de racionalidade financeira
é a redução de custos, já tratada neste
artigo, a educação a distância, segundo alguns
autores, apesar de suas potencialidades, passou a ser vista pelos
sistemas educacionais oficiais como uma alternativa para o alcance
desse objetivo, ou seja, investir em educação com
base na lógica da produtividade. Essa redução
de custos passa pela diminuição do número de
professores e sua substituição por monitores em menor
número e com formação precarizada.
“Algumas pesquisas sobre esta sistemática
têm revelado que tal prática empobrece significativamente
os resultados da aprendizagem, operando uma nova forma de exclusão
social pela inclusão quantitativa no processo de escolaridade”
(Pimenta, 2002:99).
Constata-se aí uma contradição
já sinalizada por Kuenzer (1998), ao afirmar que, embora
o discurso oficial preconize a exigência de formação
de competências mais complexas por parte do trabalhador, a
educação oferecida é na verdade precarizada.
Por outro lado, trata-se de uma contradição apenas
aparente, pois tal prática coaduna-se com as verdadeiras
intenções do sistema que é a de levar a cabo
uma política restritiva em relação à
oferta de educação em níveis mais elevados,
vez que o número de postos de trabalho que exigem maior qualificação
profissional, em economias periféricas, como é o caso
do Brasil, é ainda muito reduzido.
Considerando que a função da educação
para o poder oficial é primordialmente a transmissão
de conteúdos, com o advento das tecnologias de informação
e comunicação, estas passaram a ser mais valorizadas,
porquanto da sua maior eficiência no que se refere a um maior
volume de informações disponíveis e maior velocidade
em sua transmissão do que a escola, o que justificaria mais
uma vez a defesa da educação a distância.
Outro problema identificado nasce de uma certa
visão equivocada que equipara os conceitos de informação
e conhecimento. Não raro, observa-se a utilização
de expressões como “sociedade do conhecimento”
e “sociedade da informação” como sinônimos,
tanto por pesquisadores quanto pela mídia. Indo de encontro
a esta visão, Pimenta (2002) chama a atenção
para a necessidade de distinguir epistemologicamente os dois termos
- informação e conhecimento – uma vez que, para
que o primeiro se transforme no segundo, torna-se imperativo a ação
educativa do sujeito, pois
“Conhecer significa trabalhar as informações.
Ou seja, analisar, organizar, identificar suas fontes, estabelecer
as diferenças destas na produção da informação,
contextualizar, relacionar as informações e a organização
da sociedade, como são utilizadas para perpetuar a desigualdade
social”. (Pimenta, 2002:100).
Realizar essa metamorfose, diferente do que pensam
alguns pesquisadores, nada tem a ver com a redução
do trabalho do professor, muito pelo contrário, sua tarefa
fica ainda mais ampliada e complexa.
A tentativa de fazer até aqui, de um lado - uma análise
das políticas educacionais que propõem o uso de tecnologias
da informação e comunicação e, de outro,
das formas como estas vem sendo apropriadas pelos sujeitos do processo
educativo na sociedade informacional, teve a pretensão não
de negar os benefícios dessas tecnologias, mas problematizar
o debate sobre o complexo cenário político em que
se insere a relação educação - tecnologias
contemporâneas.
Assim cabe agora apontar as positividades da incorporação
das tecnologias pela educação:
• Desterritorialização das
informações – com o impacto das tecnologias
digitais sobre as concepções ordinárias de
tempo-espaço, ampliam-se as possibilidades de acesso cada
vez maior às informações;
• Possibilidades de potencialização do processo
de dialogicidade – não resta dúvida que a criação
do correio eletrônico, fórum de discussão, chats,
etc., em tese, amplia as possibilidades de interatividade entre
os diversos interlocutores da ação educativa;
• Flexibilização do tempo de aprender –
levando em consideração a dificuldade de muitos em
freqüentar espaços de educação presencial,
por diversos motivos, a tecnologia digital flexibilizou, sobremaneira,
o tempo de aprendizagem;
• Possibilidade da produção do conhecimento
em rede – a invenção do hipertexto revolucionou
a forma de exploração da informação,
pois rompeu com a linearidade do acesso e produção
de conhecimento;
As positividades acima, considerando a transformação
da realidade a partir da lógica do sujeito e não do
mercado, são apenas potencialidades, haja vista que para
que elas se materializem de fato, torna-se necessário levar
em conta os seguintes aspectos:
• Um processo de formação continuada
e não aligeirada, que contemple as dimensões de preparação
científica, técnica, tecnológica, pedagógica,
cultural e humana;
• Uma educação tida não como extensão,
mas enquanto comunicação, como sugere Paulo Freire
(2001);
• Democratização não só do acesso,
mas da veiculação dos diversos saberes produzidos
pela humanidade. Considerando a diversidade e riqueza cultural dos
diversos grupos que fazem parte da sociedade, torna-se importante
garantir um espaço que seja pluricultural e não homogeneizador;
• Melhoria da qualidade do acervo disponível na rede.
Não é difícil encontrar críticas sobre
a ausência de autoria dos textos, a superficialidade dos materiais
veiculados, excesso de informações descartáveis,
entre outros;
• Superação do discurso oficial em torno da
resistência dos professores, como justificativa da inviabilização
do uso das tecnologias na educação, oferecendo, em
contrapartida, as condições necessárias para
que possam se apropriar das formas de operacionalização
das tecnologias.
A título de considerações
finais, quaisquer que sejam as relações entre educação
e tecnologias contemporâneas, não é possível
perder de vista as finalidades da primeira, enquanto processo de
humanização do homem e preparação para
o mundo do trabalho. Assim a educação continua sendo,
ou pelo menos deveria ser não mero reflexo das demandas da
sociedade, mas reflexão de suas próprias contradições,
buscando transformá-la em espaço de realização
de justiça social e enriquecimento cultural, pois
“A educação, enquanto reflexo,
retrata e reproduz a sociedade, mas também projeta a sociedade
que se quer. Por isso vincula-se profundamente ao processo civilizatório
e humano” (Pimenta, 2002:97).
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PIMENTA, Selma Garrido e ANASTASIOU, Lea das Graças Camargos.
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